AstraZeneca pode retomar testes de vacina na próxima semana, diz jornal

Os testes da vacina contra novo coronavírus (Covid-19), que foram suspensos pela farmacêutica AstraZeneca (NYSE: AZN) e pela Universidade de Oxford na última terça-feira (8), podem ser retomados na próxima semana. Segundo informações do jornal britânico “Financial Times”, o grupo envolvido nos ensaios clínicos está acelerando a revisão sobre o que pode ter causado a reação adversa em um dos testes.

A AstraZeneca teria suspendido voluntariamente os testes da vacina após um dos voluntários da última fase do programa ter adoecido com uma rara doença inflamatória chamada mielite transversa. De acordo com o jornal, o presidente-executivo da farmacêutica descreveu a suspensão dos testes como uma “pausa temporária” enquanto as investigações correm.

Em comunicado, a farmacêutica descreveu a pausa como “ação de rotina que deve acontecer sempre que houver uma doença potencialmente inexplicada em um dos ensaios”. “Em grandes ensaios, as doenças acontecem por acaso, mas devem ser revistas de forma independente para verificar isso cuidadosamente”, completou a AstraZeneca.

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A empresa salienta que é comum que testes de vacinas sejam interrompidos. Inclusive, os trabalhos da parceria AstraZeneca-Oxford já haviam sido interrompidos anteriormente, e a empresa “espera mais pausas antes de terminar”, segundo o “Financial Times”.

A companhia, junto à universidade inglesa, caminhava para ser a primeira empresa a regitrar uma vacina oficial que combata a doença — desconsiderando a vacina que já está sendo produzida pelo governo da Rússia. Segundo o jornal, a Casa Branca, que tem uma acordo firmado com a AstraZeneca para a produção do medicamento, teria acelerado a produção da vacina, com o intuito de iniciar a aplicação na população antes das eleições presidenciais de novembro, quando o presidente estadunidense Donald Trump tentará se reeleger.

Politização da vacina

Por mais que a vacina da AstraZeneca possa vir a ser aprovada, preocupações com os efeitos colaterais podem impedir as pessoas de serem vacinadas — embora o sinal dos efeitos colaterais potencialmente negativos estavam chamando atenção dos envolvidos.

Especialistas próximos do processo da construção da vacina que combata a pandemia também disseram ao jornal que estão preocupados com a possível politização da aprovação da vacina. Joe Biden, candidato à presidência dos Estados Unidos do Partido Democrata, e Kamala Harris, sua candidata a vice-presidente, pediram ao governo de Trump que garanta que “a política não terá nenhum papel na aprovação e distribuição de uma vacina segura e eficaz de Covid-19” .

A junção de AstraZeneca e Oxford na corrida pela vacina, criada em abril deste ano, recebeu o aporte em financiamento de mais de US$ 1 bilhão da Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado dos Estados Unidos, garantindo mais de 300 milhões de doses ao governo estadunidense.

Embora exista o temor sobre a politização da vacina, sobretudo em um momento sensível à política norte-americana, farmacêuticas junto à Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador dos Estados Unidos, insistem que a aprovação de um medicamento somente será dado com base em evidências científicas sólidas.

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Jader Lazarini

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