A Suécia e a Letônia optaram nesta terça-feira (16) para suspender o uso da vacina AstraZeneca, desenvolvida com a Universidade de Oxford, devido à preocupações com o coágulo sanguíneo. Portugal, Luxemburgo e Eslovênia também haviam suspendido o uso na noite de segunda-feira.
Além disso, Alemanha, França, Itália e Espanha também entraram para o grupo de países que suspenderam o uso da vacina AstraZeneca na Europa.
Até o momento, 13 países da União Europeia (UE) tomaram essa decisão. A Áustria decidiu pela primeira vez suspender o uso de um lote específico de vacinas AstraZeneca na semana passada, após a morte de uma mulher de 49 anos que havia recebido esta vacina.
Apesar da suspensão por diversos países europeus, o órgão regulador de saúde do continente insistiu que os “benefícios da vacina AstraZeneca na prevenção da Covid-19, com seu risco associado de hospitalização e morte, superam os riscos de efeitos colaterais”.
Em um comunicado na segunda-feira, a Agência Europeia de Medicamentos disse que “revisará mais as informações” e convocou uma reunião extraordinária sobre o assunto para a próxima quinta-feira (18). A instituição então reiterou sua posição em entrevista coletiva nesta terça-feira.
“No momento, não há indicação de que a vacinação tenha causado essas condições”, disse Emer Cooke, diretor da Agência Europeia de Medicamentos. “Os benefícios continuam a superar os riscos, mas esta é uma preocupação séria e precisa de uma avaliação científica séria e detalhada. É nisso que estamos envolvidos no momento. ”
Ela acrescentou: “Estamos preocupados que possa haver um efeito sobre a confiança das vacinas … mas nosso trabalho é garantir que os produtos que autorizamos sejam seguros”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) instou as nações a continuarem suas campanhas de vacinação com a vacina AstraZeneca e da Universidade de Oxford.
AstraZeneca reafirma segurança da vacina após países suspenderem uso
No domingo (14), a farmacêutica AstraZeneca divulgou um comunicado reafirmando a segurança da sua vacina contra a covid-19.
O pronunciamento veio após países suspenderem o imunizante diante de relatos de aumento de coágulos sanguíneos em decorrência do seu uso. A empresa informou que promoveu uma análise dos dados dos pacientes vacinados e que não foi identificado nenhum risco dessa natureza.
“Uma revisão cuidadosa de todos os dados de segurança disponíveis de mais de 17 milhões de pessoas vacinadas na União Europeia e no Reino Unido com a vacina contra a covid-19 da AstraZeneca não mostrou evidências de um risco aumentado de embolia pulmonar, trombose venosa profunda ou trombocitopenia, em qualquer idade definida grupo, gênero, lote ou em qualquer país específico”, disse o comunicado da farmacêutica divulgado neste domingo.
Na sexta-feira, a diretora de acesso a medicamentos da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mariângela Simão, afirmou que os resultados dos estudos preliminares “não apontam para uma correlação entre a vacina da AstraZeneca e a formação de coágulos”. A entidade defende que a vacinação seja mantida, nesse contexto.
Veja Também: AstraZeneca: Alemanha suspende uso da vacina por suspeita de coágulos
Ainda na sexta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou o registro da vacina, produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A decisão permite a entrega do produto que tem etapa de fabricação no País. Antes, o órgão já havia autorizado o uso emergencial do mesmo produto, mas fabricado pelo Instituto Serum, da Índia. A Fiocruz espera entregar cerca de 222 milhões de doses da AstraZeneca neste ano, sendo 112 milhões até julho.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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