Assessor econômico diz estar atento à inflação nos EUA, mas foca no longo prazo
Assessor econômico da Casa Branca, Jared Bernstein afirmou nesta sexta-feira (16) que a administração está focada no crescimento econômico, mas que segue atenta à inflação. Em entrevista à Bloomberg, o assessor indicou que o governo vem tentando resolver questões na oferta, que seriam responsáveis por parte das altas dos preços no momento, e indicou as expectativas de inflação de longo prazo como melhor parâmetro.
“Estamos focados no boom econômico. Agora, quando se trata de inflação, também estamos longe de ficar parados”, afirmou, indicando a criação de 3 milhões de empregos desde que o presidente Joe Biden assumiu, e uma projeção de alta do PIB de 7% em 2021. Segundo Bernstein, a estabilidade dos preços é uma prioridade do Federal Reserve (Fed), “mas estamos fazendo muito pelo lado da oferta”.
O assessor apontou para investimentos em infraestrutura, e diretamente as questões de portos e chips, responsáveis por parte dos problemas nas cadeias de fornecimento.
Além disso, Bernstein indicou que o governo vem atuando na questão habitacional para tentar amenizar as pressões nos preços das moradias.
Dessa forma, indicou que é necessário “olhar para as expectativas de inflação de longo prazo, e que, neste caso, seguem abaixo de 3%” por parte dos consumidores.
Inflação chega a 5,4% em 12 meses
A inflação norte-americana avançou 0,9% em junho ante maio, de acordo com dados divulgados pelo Departamento do Comércio na última terça-feira (13), também reforçando a tese de forte recuperação econômica.
O resultado do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), como é denominada a inflação dos EUA, veio bem acima da mediana das previsões de analistas.
O núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, também avançou 0,9% na comparação mensal de junho, superando de longe a mediana das projeções.
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, reconheceu que a inflação está “bem acima” do que a instituição esperava e que a autoridade monetária enfretará desafios.
“Nossa expectativa é que número deve permanecer em patamar elevado em 2021 devido ao efeito base de 2020, encerrando 2021 em 3,5% e recuando para 1,8% em 2022”, comenta a corretora.
A declaração foi dada na última quinta-feira (15), em depoimento no Comitê Bancário do Senado. O chairman do BC, contudo, entende que as pressões são temporárias e que os estímulos monetários ainda não estão chegando ao fim.