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Assembleia do FII HGPO11 será questionada na CVM após Credit Suisse receber votos fora do prazo; entenda o caso

Assembleia do HGPO11 levanta ponto de atenção sobre papel da administradora

Assembleia do HGPO11 levanta ponto de atenção sobre papel da administradora. Foto: Pixabay

A assembleia de cotistas que rejeitou a venda de imóveis e liquidação do fundo imobiliário de escritório CSHG Prime Offices (HGPO11) deverá ser questionada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na Justiça. A acusação de um grupo de cotistas é que o Credit Suisse teria considerado válidos votos de clientes do banco recebidos após o horário limite de envio.

O imbróglio ocorreu no dia 25 de outubro, quando a assembleia discutia a venda dos edifícios Metropolitan e Platinum, próximos à Avenida Faria Lima, na capital paulista. A oferta sobre a mesa dos cotistas do HGPO1 era de R$ 466 milhões pelos dois imóveis, equivalentes a R$ 36.984 por metro quadrado, e o resultado final foi apertado: 32,85% dos cotistas rejeitaram a proposta, enquanto 32,53% se manifestaram a favor da venda e liquidação do fundo.

A pequena diferença de 0,32 ponto percentual provocou um questionamento de Edgar Boicenco, cotista do fundo e presidente da assembleia, sobre as regras para recebimento e verificação dos votos recebidos pelo Credit Suisse — o banco é o gestor e administrador do FII HGPO11. De acordo com a ata publicada na CVM, o representante da administração do Credit Suisse revelou que os clientes possuem um sistema simplificado e que o procedimento é regular, confirmado pelo compliance do banco.

Após suspensão da assembleia para contagem da totalidade dos votos, o Credit Suisse defendeu que votos eletrônicos recebidos até o início da assembleia deveriam ser contabilizados — ao contrário do informado no formulário, que explicitava a data final de 21 de outubro, quatro dias antes do início da assembleia. Com a discordância da decisão do Credit Suisse de receber os votos que favoreceram majoritariamente a manutenção do HGPO11 gerido e administrado pelo banco, o presidente da assembleia renunciou à sua posição.

Caso os votos recebidos após a data limite fossem desconsiderados, o resultado seria o oposto: o fundo HGPO11 seria liquidado com a venda dos imóveis por uma aprovação de 32,37% contra 30,88% contrários.

Diante da dúvida em relação à legalidade dos votos, representantes dos FIIs JSRE11 e do JSAF11, que juntos detêm cerca de 19% do HPGO11, pediram para constar em ata o percentual de votos recebidos pelo Credit Suisse de seus clientes. O banco rejeitou a solicitação.

Fontes ouvidas pelo Suno Notícias questionam a imparcialidade do Credit Suisse de ser, ao mesmo tempo, o gestor, interessado na não liquidação do fundo, e administrador, responsável pelas decisão que validou os votos recebidos após a data limite.

Em meio à polêmica gerada, o Suno Notícias procurou a assessoria de imprensa do Credit Suisse no Brasil, administrador do HGPO11. A resposta do banco foi que “os esclarecimentos sobre a contagem dos votos constam da ata da assembleia realizada em 25 de outubro de 2022”.

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