O Assaí (ASAI3) anotou lucro líquido de R$ 72 milhões no primeiro trimestre de 2023, queda de 66% quando comparado a igual intervalo do ano passado. O resultado foi impactado pela elevada taxa de juros no período, segundo o release de resultados publicado nesta quinta (4).
O Ebitda do Assaí (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 955 milhões, alta anual de 28,4%. No critério ajustado, subiu 26,5%, para R$ 951 milhões, com margem de 6,3%. A taxa foi impactada pelas despesas pré-operacionais (-0,1p.p.) relacionadas à expansão e pelo forte avanço da expansão no quarto trimestre de 2022, ainda de acordo com os comentários da empresa.
Já a receita líquida do Assaí atingiu R$ 15,1 bilhões, 31,9% acima do valor reportado no primeiro trimestre de 2022. O resultado reflete a performance das 59 lojas inauguradas nos últimos 12 meses (+24,7%), principalmente das conversões de hipermercados. A varejista destaca ainda o avanço de 7,2% das vendas mesmas lojas.
Despesas com vendas sobem
A relação dívida líquida/Ebitda do Assai atingiu 2,78 vezes no primeiro trimestre de 2023. No mesmo período do ano passado, o indicador estava em 2,20 vezes.
Os investimentos trimestrais totalizaram R$ 450 milhões. O montante inclui a inauguração de três novas conversões e o avanço do processo de expansão da companhia, com 28 lojas em obras, sendo 13 conversões de hipermercado e 15 lojas orgânicas.
As despesas com vendas, gerais e administrativas somaram R$ 1,097 bilhão, alta anual de 37,8%. O valor, que representou 10% da receita líquida trimestral, é consequência das lojas inauguradas nos últimos 12 meses, ainda no início da curva de maturação, segundo a companhia.
Nos últimos 12 meses, 59 lojas foram inauguradas (+38% em área de vendas) pelo Assaí, sendo 50 conversões e 9 orgânicas.
Em abril, CEO da Assaí falava em vender ativos
O Assaí está avaliando a possibilidade de rever investimentos e considera vender lojas próprias. Em teleconferência no início de abril, Belmiro Gomes, presidente da empresa, revelou que a possibilidade foi levantada em função do aumento do custo do capital com a escalada dos juros básicos (Selic).
“Pela pressão de juros, e uma alavancagem maior, é mais fácil uma revisão de investimentos ou venda de ativos de lojas próprias. Falo isso, pois há outras cartas na mesa antes de uma primária”, afirmou o executivo.
O presidente do Assaí ainda falou sobre a especulação levantada nos últimos dias de que a companhia faria uma oferta primária de ações. Gomes negou a informação e disse que não discussões sobre, mas destacou a revisão dos investimentos.
“O que temos é uma discussão, ainda em andamento, sem decisão tomada, de revisão de investimentos orgânicos em 2023 e 2024, para fazer frente ao aumento do custo da dívida”, disse o executivo do Assaí.
Com Estadão Conteúdo