As ações do Assaí (ASAI3) viraram a direção: após passar o dia em forte queda, começaram a subir no meio da tarde, avançando 0,91%, a R$ 12,14, próximo das 16h45, desta terça-feira (25). Chegaram a ceder 2% por volta das 14h. Fecharam em alta de 2,15%, cotadas a R$ 12,30.
Analistas discutem que a desvalorização do papel do Assaí estava atrelada aos resultados da confiança do consumidor, pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que recuou 1,4 ponto em janeiro e atingiu 74,1 pontos. Nas médias móveis trimestrais, a retração é de 0,7 ponto, para 74,8 pontos, após ter se mantido relativamente estável no mês anterior.
Já o indicador que mede as percepções sobre a situação econômica atual variaram 0,2 ponto para 73 pontos. Apesar disso, a FGV destacou que os dois dados se mantêm em patamar muito baixo em termos históricos. Para os próximos meses, o indicador que mais influenciou o índice foi o que mede as expectativas sobre a situação econômica referente aos períodos que ainda vem.
A queda das ações da Assaí também é atribuída à decisão da Superintendência-Geral do Cade de recomendar a aprovação da compra do Grupo Big pelo Carrefour, com “remédios”. Apesar disso, a decisão indica crescimento de um concorrente, o que exerce pressão sobre a Assaí.
Quase na reta final de fechamento, os papéis se valorizaram, acompanhando o movimento de alta do Ibovespa, que sobe 1,97%, aos 110 mil pontos.
Carrefour (CRFB3) deve se desfazer de lojas do Big por recomendação do Cade
O Carrefour (CRFB3), que anunciou a compra do Grupo Big em março do ano passado, deve ter que se desfazer de uma parte das lojas da rede adquirida.
Nesta terça-feira (25), a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou que o negócio entre as empresas seja aprovado “mediante a adoção de remédio negociado com as empresas, que mitiga riscos concorrenciais decorrentes da operação”.
A aquisição ficou em R$ 7,5 bilhões e envolve a compra de 386 unidades de varejo de autosserviço, 15 postos de combustíveis e 11 centros de distribuição para realizar atividades atacadistas do Big. O negócio foi notificado ao Cade em julho de 2021.
De acordo com a Superintendência, as companhias são concorrentes em três mercados:
- Comércio varejista de autosserviço (envolvendo supermercado, hipermercado, atacarejos e clubes de compras);
- Atacado de distribuição de produtos primordialmente alimentícios e outros bens;
- Revenda de combustíveis no varejo.
A autarquia analisa que no cenário já após da operação, não tem potencial de gerar preocupações concorrenciais nos mercados de atacado de distribuição e de postos de combustíveis. Também em relação ao setor de varejo de autosserviço, a Superintendência afastou riscos concorrenciais na maioria dos mercados relevantes.
Pão de Açúcar (PCAR3) faz leilão de R$ 12 mi de itens que não foram comprados pelo Assaí (ASAI3)
O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) anunciou que está repaginando lojas do Extra Hiper que não foram vendidas ao Assaí (ASAI3), em operação realizada no ano passado. A companhia colocou à venda equipamentos e mobiliário que pertenciam à bandeira da rede que será extinta.
Ao todo, são 30 mil peças no leilão, que pode movimentar cerca de R$ 12 milhões.
Serão leiloados gôndolas de mercadorias, bancadas dos caixas pelas quais passam as compras, expositores de alimentos, além de câmeras de segurança, fogões industriais, geradores, aparelhos de ar-condicionado, entre outras peças de lojas de São Paulo, Campinas, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, entre outras unidades.
O Grupo Pão de Açúcar acertou a venda de 70 lojas do Extra Hiper ao Assaí por R$ 5,2 bilhões em outubro do ano passado.