O Assaí (ASAI3) e o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) assinaram contrato de cessão que dá ao Assaí direto de exploração de até 70 pontos comerciais do Extra Hipermercado.
Em outubro foi anunciado ao mercado o acordo do Assaí com GPA para a compra de lojas do Extra. O valor da transação é de até R$ 5,2 bilhões.
O fato relevante divulgado em conjunto pelas companhias, afirma ainda que de 20 a 30 lojas da bandeira Extra Hiper devem encerrar as operações até 31 de dezembro, e que a maior parte das demais lojas será encerrada até o fim de janeiro de 2022 e o restante até o mês seguinte.
“A transação está avançando em linha com o cronograma inicialmente previsto, com um rápido avanço da negociação com os proprietários das lojas e da desmobilização das lojas pelo GPA”, informou o documento.
A venda de 17 imóveis próprios do GPA por até R$ 1,2 bilhão a um fundo imobiliário com a interveniência e garantia do Assaí, está em fase avançada de due diligence e será submetida em breve à aprovação das autoridades concorrenciais.
Segundo o documento, a administração das companhias estimam que o fechamento completo da transação considerando tanto a cessão dos pontos comerciais quanto a venda dos imóveis, ocorra antes do fechamento do primeiro trimestre.
Após anúncio de compra, Itaú BBA rebaixou recomendação do Assaí
Por um lado, os acionistas do Pão de Açúcar ficaram felizes com a operação porque a empresa se desfez de ativos que eram desinteressantes para o negócio. Por outro, os sócios da Sendas Distribuidora, nome oficial do Assaí, ficaram incomodados com o fechamento da operação sem a consulta dos minoritários.
O Itaú BBA rebaixou a recomendação para o Assaí para neutro com preço-alvo de R$ 20,00. “Estamos profundamente incomodados com o fato que a minoria acionista não estão participando do fechamento desta operação, e que o Assaí está pagando a maior avaliação por loja (mais de R$ 100 milhões cada) que já vimos”, informou o relatório.
Na análise do Itaú BBA, a transação tinha de passar por avaliação dos acionistas minoritários porque essa abordagem demonstra uma governança corporativa “muito melhor” e geraria mais conforto.
Além disso, a instituição avalia que a empresa está pagando uma valor muito alto pela aquisição das lojas. O Assaí está pagando cerca de R$ 57 milhões por loja e espera comprometer investimentos adicionais de transformação entre R$ 35 a R$ 40 milhões. Isso soma mais de R$ 100 milhões por loja, em comparação com os cerca de R$ 65 milhões em investimentos que uma nova loja requer atualmente (excluindo imóveis).