Assaí (ASAI3) salta 14,7% no Ibovespa após notícia sobre possível venda de participação do Casino

Em meio a um alto endividamento, o francês Casino pode se desfazer de 11,7% de sua participação no Assaí (ASAI3). Segundo informações publicadas pelo jornal Valor Econômico, o grupo francês tem avançado nas negociações com seus credores e busca uma nova injeção de capital, podendo se desfazer de ativos. Esses rumores fizeram com que os bancos sondassem investidores para se adiantar ao movimento.

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De acordo com fontes ouvidas pelo jornal , o plano inicial seria fazer uma venda em bloco na B3 de até 145 milhões de ações, total detido pelo Casino. Além disso, existiria a possibilidade de colocar uma tranche primária, transformando o bloco em um follow-on. Esse seria o terceiro “follow-on” da companhia em menos de um ano.

Em novembro de 2022 e março deste ano, a empresa francesa levantou ao todo R$ 6,6 bilhões com a venda das ações do Assaí. Atualmente, sua participação está em 11,7%, o equivalente a R$ 1,8 bilhão.

Com as últimas vendas, o grupo deixou de controlar a rede de varejo, na qual já chegou a ter 41% dos papéis.

Com a notícia de hoje revelada pelo Valor Econômico, os papéis do Assaí tiveram alta de 14,70%, sendo cotados por R$ 12,80 no Ibovespa. A varejista liderou os ganhos no Ibovespa.

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Assaí diz que não foi informado sobre venda de fatia do Casino

No entanto, segundo fontes consultadas pelo Valor, o Casino ainda não decidiu sobre a oferta e está negociando com seus credores, o que significa que a venda de ações no Assaí pode não ocorrer em curto prazo. “A venda de ações deverá ocorrer apenas depois dessa negociação”, disse uma das fontes.

Por meio de nota, o Assaí disse que não foi informado “de qualquer iniciativa dessa por parte do Grupo Casino”.

Em maio, o Casino iniciou negociações supervisionadas pelo tribunal com seus credores, abrindo caminho para um recebimento de capital do investidor tcheco Daniel Kretinsky. O processo de conciliação pode durar ainda cinco meses.

Lucro encolhe 66% no 1T23, para R$ 72 milhões

Assaí (ASAI3) anotou lucro líquido de R$ 72 milhões no primeiro trimestre de 2023, queda de 66% quando comparado a igual intervalo do ano passado. O resultado foi impactado pela elevada taxa de juros no período, segundo o release de resultados publicado em 4 de maio.

O Ebitda do Assaí (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 955 milhões, alta anual de 28,4%. No critério ajustado, subiu 26,5%, para R$ 951 milhões, com margem de 6,3%. A taxa foi impactada pelas despesas pré-operacionais (-0,1p.p.) relacionadas à expansão e pelo forte avanço da expansão no quarto trimestre de 2022, ainda de acordo com os comentários da empresa.

Já a receita líquida do Assaí atingiu R$ 15,1 bilhões, 31,9% acima do valor reportado no primeiro trimestre de 2022. O resultado reflete a performance das 59 lojas inauguradas nos últimos 12 meses (+24,7%), principalmente das conversões de hipermercados. A varejista destaca ainda o avanço de 7,2% das vendas mesmas lojas.

Despesas com vendas sobem

relação dívida líquida/Ebitda do Assai atingiu 2,78 vezes no primeiro trimestre de 2023. No mesmo período do ano passado, o indicador estava em 2,20 vezes.

Os investimentos trimestrais totalizaram R$ 450 milhões. O montante inclui a inauguração de três novas conversões e o avanço do processo de expansão da companhia, com 28 lojas em obras, sendo 13 conversões de hipermercado e 15 lojas orgânicas.

As despesas com vendas, gerais e administrativas somaram R$ 1,097 bilhão, alta anual de 37,8%. O valor, que representou 10% da receita líquida trimestral, é consequência das lojas inauguradas nos últimos 12 meses, ainda no início da curva de maturação, segundo a companhia.

Nos últimos 12 meses, 59 lojas foram inauguradas (+38% em área de vendas) pelo Assaí, sendo 50 conversões e 9 orgânicas.

Em abril, CEO da Assaí falava em vender ativos

Assaí está avaliando a possibilidade de rever investimentos e considera vender lojas próprias. Em teleconferência no início de abril, Belmiro Gomes, presidente da empresa, revelou que a possibilidade foi levantada em função do aumento do custo do capital com a escalada dos juros básicos (Selic).

“Pela pressão de juros, e uma alavancagem maior, é mais fácil uma revisão de investimentos ou venda de ativos de lojas próprias. Falo isso, pois há outras cartas na mesa antes de uma primária”, afirmou o executivo.

O presidente do Assaí ainda falou sobre a especulação levantada nos últimos dias de que a companhia faria uma oferta primária de ações. Gomes negou a informação e disse que não discussões sobre, mas destacou a revisão dos investimentos.

“O que temos é uma discussão, ainda em andamento, sem decisão tomada, de revisão de investimentos orgânicos em 2023 e 2024, para fazer frente ao aumento do custo da dívida”, disse o executivo do Assaí.

Com Estadão Conteúdo

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Vinícius Alves

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