A XP Investimentos divulgou nesta segunda-feira (25) relatório a respeito de como as varejistas de alimentos, principalmente Assaí (ASAI3) e Grupo Mateus (GMAT3) podem sentir mais impacto com a aprovação e aumento e postergação do pagamento do Auxílio Brasil.
“Nós não esperamos que o impacto seja relevante, com potencial de 1-2% de aumento de vendas para o setor, embora acreditemos que pode ter um efeito positivo de curto prazo em resultados, principalmente para as varejistas de alimentos e em categorias de tíquete médio baixo”, apontam Daniella Eiger, head de Varejo da XP e os analistas de Varejo da XP, Thiago Suedt e Gustavo Senday.
Nesse caso, portanto, os mais beneficiados dentro da cobertura da corretora seriam Assaí e o Grupo Mateus, uma vez que a modalidade de atacarejo é a que mais oferece melhor custo/benefício, especialmente em um momento de renda mais pressionada.
A XP destaca que o cenário macroeconômico mais desafiador traz efeitos colaterais ao consumo da população. De olho na eleição, o governo vem buscando formas de proteger o poder aquisitivo dos brasileiros por meio de reduções de impostos e benefícios sociais.
Por isso, foi aprovada a PEC que aumenta o Auxílio Brasil, indo de R$ 400 para R$ 600.
“Notamos que essa PEC tem sido um tanto controversa, pois, embora dê algum alívio aos consumidores, ela também traz riscos para o equilíbrio das contas públicas”, afirmam os analistas.
Os benefícios devem ser pagos até 22 de dezembro, mas o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que pretende manter o pagamento em 2023, se reeleito.
“O varejo deve ser um dos principais destinos de gastos”, diz o relatório. Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicam que o setor varejista deve ser beneficiado por cerca de 40% dos recursos da PEC. O restante deve ser focado em quitação de dívidas e serviços.
Dentro da cobertura da XP, a CNC destaca alimentação (R$ 5,5 bilhões) e vestuário (R$ 2,3 bilhões) como os maiores beneficiários da medida.
“Com isso, esperamos que o auxílio seja um vento a favor mais material para o varejo alimentar, principalmente para nomes como Assaí (ASAI3), já que o atacarejo é o formato que oferece o melhor custo/benefício em um momento de renda disponível mais pressionada”, afirmam os analistas.
O Grupo Mateus também deve sentir impacto positivo, uma vez que atua nas regiões Norte/Nordeste, que, juntas, representam quase 60% dos beneficiários do programa.
Por fim, a corretora lembra que o impacto dos benefícios traz ventos favoráveis para os resultados de curto prazo. Entretanto, numa escala macroeconômica, a extensão dos auxílios pode ser traduzida em possíveis taxas de juros de longo prazo mais altas e, potencialmente, se tornarem um vento contrário ao desempenho das ações.
Cotação do Assaí e Grupo Mateus
No fechamento do pregão desta segunda (25), a ação do Assaí caiu 0,96%, a R$ 15,50. Já as do Grupo Mateus subiram 1,18%, a R$ 4,28.
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