A rede de supermercados Assaí (ASAI3) divulgou um lucro líquido de R$ 60 milhões no primeiro semestre deste ano (1T24), valor 16,7% inferior referente à base anual. Para os analistas, o resultado da varejista no trimestre foram sólidos, com melhora da dinâmica de vendas nas mesmas lojas, expansão de margem e geração de caixa operacional. Nesta quinta-feira (25), as ações caíram 3,34%, cotadas a R$ 13,31.
“Em termos de rentabilidade, a margem bruta melhorou 0.1p.p. a/a, apoiada pela maturação das lojas e melhores condições comerciais, enquanto o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) (IFRS) subiu 0.8p.p. a/a, com alavancagem operacional e otimização de despesas gerais e administrativas”, explica a XP.
Segundo a XP, o lucro líquido do Assaí de R$ 60 milhões foi impactado por despesas financeiras mais pesadas e maior alíquota de imposto de renda, enquanto o fluxo de caixa operacional ficou positivo em R$ 53 milhões, mesmo com a sazonalidade do trimestre, apoiada por um rígido controle capital de giro de estoques e recebíveis. Esse fator é um dos grandes motivos para queda das ações do Assaí hoje no Ibovespa.
Os analistas ainda ressaltam que as vendas das 47 lojas convertidas em 2022 cresceram +18% na base anual, com suas vendas mensais em R$ 26 milhões e uma margem EBITDA ex-IFRS de 5,2% (em linha com o nível consolidado).
Na mesma linha, o Itaú BBA ressalta os resultados sólidos do Assaí, com a receita praticamente em linha com a projeção da casa e uma rentabilidade ligeiramente melhor.
“As tendências de rentabilidade superaram nossa previsão devido a uma margem bruta maior que o esperado, resultando em uma margem Ebitda de 7,1% (aumento de 80 pontos base ano a ano e 20 pontos base acima de nossa previsão)”, mencionam os analistas.
Olhando para o futuro, o BBA espera uma melhora nas tendências de cima para baixo (com a recuperação da inflação alimentar) e o modelo de negócios favorável do Assaí para sustentar seu processo de desalavancagem, que tem sido um tema-chave de discussão com os investidores. O Itaú BBA manteve recomendação de compra para ação do Assaí, com preço-alvo a R$ 16,60.
Lucro recua 16,7% no 1T24 e cai para R$ 60 milhões
A rede de supermercados Assaí divulgou um lucro líquido de R$ 93 milhões no primeiro semestre deste ano (1T24), valor 19,2% superior em comparação com os R$ 78 milhões registrados no mesmo período do ano passado (1T23). Quando incluem os efeitos da International Financial Reporting Standards, ou Normas Internacionais de Relato Financeiro, em português, o lucro líquido cai para R$ 60 milhões no primeiro trimestre deste ano (1T24), valor 16,7% inferior ao do mesmo período de 2023.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou em R$ 1,2 bilhão no 1T24 do Assaí, alta de 28%. A margem Ebitda ajustada do grupo Assaí atingiu 5,2% entre janeiro e março deste ano, um aumento de 0,9 ponto percentual em comparação com a margem registrada no 1T23.
“Após a inauguração de 115 lojas nos últimos 3 anos, que permitiu ao Assaí estar presente em regiões centrais e próximas aos consumidores, a companhia entra um novo momento. No 1T24, tivemos crescimento de tickets e aceleração das vendas ‘mesmas lojas’ em relação ao 4T23, levando a um faturamento de R$ 18,8 bilhões”, diz o diretor presidente da rede, Belmiro Gomes.
A receita líquida do Assaí alcançou R$ 17,2 bilhões no 1T24, um aumento de 14,1% em comparação com o mesmo período de 2023, mas ficando abaixo dos R$ 17,4 bilhões previstos pelo consenso LSEG.
Conforme o balanço do Assaí no 1T24, o lucro bruto atingiu R$ 2,795 bilhões, um aumento de 16,8% em comparação ao 1T23. A margem bruta foi de 16,2% no 1T24, um aumento de 0,4 p.p. em relação à margem do 1T23.
As despesas com vendas, gerais e administrativas totalizaram R$ 1,923 bilhão no 1T24, registrando um crescimento de 9,3% em relação ao mesmo período de 2023.
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 510 milhões no primeiro trimestre de 2024, um aumento de 19,2% em relação às perdas financeiras do mesmo período de 2023.
Em 31 de março de 2024, a dívida líquida da rede Assaí totalizou R$ 11,177 bilhões, um aumento de 31,2% em comparação com o mesmo período de 2023.
O indicador de alavancagem financeira, medido pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado, foi de 3,75 vezes em março/23, registrando uma queda de 0,94 p.p. em comparação com o mesmo período de 2023.
O grupo Assaí diz que inaugurou quatro novas lojas no trimestre, somando 292 unidades em operação e uma área de vendas cerca de 1,5 milhão de metros quadrados.
Analistas revisam preço-alvo de ações do Assaí
Os especialistas do J.P. Morgan atualizaram a recomendação para ação do Assaí, elevando-a de neutra para compra, em vista das tendências mais favoráveis para o segmento de atacarejo no Brasil. Além disso, a estimativa do preço-alvo foi revisada para cima, passando de R$ 15 para R$ 17,50.
Essa nova projeção, dizem os estrategistas, representa um potencial de valorização de 29% em relação ao fechamento da cotação do dia 22 deste mês.
O upgrade realizado pelo banco ocorre em um contexto em que os analistas observam uma retomada da inflação de alimentos no país, o que deve resultar em um desempenho mais positivo para as empresas que atuam no setor de atacarejo. Para o J.P. Morgan, esse cenário tende a impulsionar os ajustes de preços para o consumidor e a gerar melhorias nas margens ao longo do ano para o Assaí.
Desempenho anual das ações do Assaí
Cotação ASAI3