Lira diz que Câmara se posicionará como ‘motor de pacificação’ e defende urna eletrônica

Após as manifestações de 7 de setembro e falas do Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atacando o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou hoje (8) que a Casa se apresenta como um “motor de pacificação”.

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Durante seu pronunciamento, Lira disse que “a Câmara dos Deputados apresenta-se hoje como um motor de pacificação. Na discórdia, todos perdem, mas o Brasil e a nossa história têm ainda mais o que perder. Nosso país foi construído com união e solidariedade e não há receita para superar a grave crise socioeconômica sem estes elementos.”

“Diante dos acontecimentos de ontem, quando abrimos as comemorações de 200 anos como nação livre e independente, não vejo como possamos ter ainda mais espaço para radicalismo e excessos. Esperei até agora para me pronunciar porque não queria ser contaminado pelo calor de um ambiente já por demais aquecido. Não me esqueço um minuto que presido o Poder mais transparente e democrático”, salientou o presidente da Câmara.

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Além disso, o político ressaltou que os Poderes têm delimitações relacionadas à Constituição. “Os Poderes têm delimitações – o tal quadrado, que deve circunscrever seu raio de atuação. Isso define respeito e harmonia. Não posso admitir questionamentos sobre decisões tomadas e superadas – como a do voto impresso. Uma vez definida, vira-se a página”, disse.

Ontem, o presidente da República sinalizou que não aceitará mais as decisões do ministro Alexandre de Moraes, e voltou a defender o voto impresso. O discurso de Lira foi uma resposta a essas falas de Bolsonaro.

Lira diz que Câmara está aberta a conversas e negociações

Em seu discurso, Lira ainda citou a arquitetura da Praça dos Três Poderes, e lembrou que Oscar Niemeyer e Lúcio Costa planejaram as sedes de cada poder a uma mesma distância uma das outras. Nesse sentido, Lira anunciou que a Câmara dos Deputados está aberta a conversas e negociações para pacificar.

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“Equidistantes – mas vizinhos e próximos suficientes para que hoje a gente possa se apresentar como uma ponte de pacificação entre Judiciário e Executivo. E é este papel que queremos desempenhar agora. A Câmara dos Deputados está aberta a conversas e negociações para serenarmos. Para que todos possamos nos voltar ao Brasil real que sofre com o preço do gás, por exemplo.”

Segundo o político, é hora de acabar com essa escalada, “em um infinito looping negativo”. “Bravatas em redes sociais, vídeos e um eterno palanque deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o dia a dia do Brasil de verdade. O Brasil que vê a gasolina chegar a R$ 7 reais, o dólar valorizado em excesso e a redução de expectativas. Uma crise que, infelizmente, é superdimensionada pelas redes sociais, que apesar de amplificar a democracia, estimula incitações e excessos”, pondera o presidente da Câmara dos Deputados.

Constituição jamais será rasgada

Lira ainda afirmou que o Brasil tem um compromisso inadiável e inquestionável, se referindo as próximas eleições, e defendeu que a Constituição “jamais será rasgada.”

“O único compromisso inadiável e inquestionável que temos em nosso calendário está marcado para 3 de outubro de 2022. Com as urnas eletrônicas. São nas cabines eleitorais, com sigilo e segurança, que o povo expressa sua soberania”, disse Lira em seu pronunciamento.

Com informações da Agência Brasil

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Laura Moutinho

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