A Argentina pretende chegar a um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre um novo programa de financiamento antes do final de março de 2021, um prazo que as autoridades do órgão dizem ser realista se os dois lados mostrarem compromisso. As informações foram divulgadas pelo jornal “Bloomberg” nesta quinta-feira (6).
O governo, que selou um acordo inicial de renegociação da dívida de US$ 65 bilhões (cerca de R$ 348,12 bilhões) com seus credores privados na última terça-feira (4), buscará iniciar negociações formais com o FMI após 4 de setembro. A partir dessa data, o acordo com os “bondholders” será fechado, disse a fonte, que não pediu a ser nomeado porque as negociações são privadas.
A meta do país é de ter um novo plano de pagamento antes do final do primeiro trimestre de 2021, para que haja tempo de renegociar uma dívida de US$ 2 bilhões com o Clube de Paris e com vencimento em maio, segundo a pessoa. O Clube de Paris é um agrupamento informal de 22 credores nacionais.
Com a renegociação da dívida privada quase concluída, o presidente argentino Alberto Fernandez está voltando sua atenção para o FMI, enquanto o país busca reorganizar mais de US$ 44 bilhões em empréstimos com seu credor sênior e substituir a linha de crédito stand-by, assinada pelo governo anterior em 2018. A Argentina pode solicitar o início das negociações, passo formal necessário para dar início ao processo, já neste mês, disse a fonte.
“Não há pressa em iniciar negociações com o FMI”, disse o chefe de gabinete da Argentina, Santiago Cafiero, em entrevista à estação local de TV na noite de quarta-feira (5). O Fundo “tem sido franco em sua compreensão dos limites socioeconômicos da Argentina; esperamos que continue assim”.
Um porta-voz do Ministério da Economia não quis comentar. O FMI está pronto para apoiar a Argentina, inclusive envolvendo-se com as autoridades em um novo programa quando elas desejarem, mas nesta fase nenhum pedido foi realizado, disse um porta-voz do Fundo.
Argentina fechou acordo com credores
O governo da Argentina fechou um acordo com três grupos de credores para a restruturação da dívida de US$ 65 bilhões. O acordo firmado na última terça-feira fará com que o país possa sair da inadimplência, após ter deixado de pagar os juros da dívida soberana do primeiro semestre deste ano.
Segundo o Ministério da Economia da Argentina, “o acordo permitirá que membros dos grupos de credores apoiem a proposta de reestruturação da dívida do país e concedam um alívio significativo da dívida“.
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O acerto se refere às negociações com o Ad Hoc Group of Argentine Bondholders, o Argentina Creditor Committee e o Exchange Bonjolder Group. Além disso, dentre os principais detentores de títulos argentinos estão Fidelity Management & Research, Monarch Alternative Capital LP, VR Capital Group, Greylock Capital Management e Pharo Management LLC.
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