Alberto Fernández, candidato da oposição à presidência da Argentina, em entrevista ao “La Nación” e “Clarín”, rebateu as recentes declarações do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. “Não se preocupem porque não pretendo fechar a economia”, afirmou.
Na última quinta-feira (15), o Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que se a Argentina fechar o comércio após uma possível vitória de Alberto Fernández nas eleições, o Brasil sairá do Mercosul. No dia seguinte, o presidente Bolsonaro disse que Guedes está “perfeitamente afinado” com ele.
Argentina em relação ao Mercosul, Bolsonaro e Trump
Após a vitória de Fernández nas prévias, uma semana atrás, Bolsonaro disse que o Brasil iria se retirar do Mercosul caso um “governo de Cristina Kirchner” fechasse a economia argentina. A chapa de Fernández tem a ex-presidente Cristina como vice. “Para mim, o Mercosul é um lugar central. O Brasil é nosso principal sócio e continuará sendo”, declarou ao “La Nación”.
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Ao ser questionado se Jair Bolsonaro e Donald Trump serão “dois problemas a resolver”, Fernández disse ao “Clarín” que que se incomoda com o “jeito e a arrogância” com que o presidente brasileiro fala. “Mas a verdade é que o Brasil é muito mais importante que o Bolsonaro”, destacou.
Em relação ao presidente norte-americano, Fernández reiterou que ele é o “presidente da maior potência do mundo”. “Então, você tem que se dar bem com esse poder, tem que ter um relacionamento maduro”.
“Bolsonaro e Trump foram os presidentes que os brasileiros e os americanos escolheram, ponto final. Não tenho mais nada a dizer sobre isso, tenho que lidar com eles. E tratar de um jeito que defenda os interesses da Argentina”, completou.
As entrevistas com Fernández foram publicadas um dia após o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, pedir demissão. Hernán Lacunza, que era ministro da Fazenda da província de Buenos Aires, assumirá o cargo.
No governo de Macri desde o início de 2017, Dujovne teve participação importante no acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), para o empréstimo de US$ 57 bilhões, no ano passado.
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Ao “Clarín”, Fernández disse que o país deve renegociar com o FMI os prazos de pagamento do empréstimo. “A Argentina nessas condições não é capaz de pagar as dívidas que assumiu”, disse. O candidato a presidência afirmou que “o governo firmou um acordo impossível e não cumpriu nada”.
A troca dos ministros na Fazenda da Argentina sucedeu-se depois de uma conturbada semana, em que o resultado das prévias eleitorais demonstrou a dificuldade que Macri enfrentará para se reeleger em 27 de outubro. Em 5 dias, o peso desvalorizou-se 19,9%.
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