A Argentina solicitou nesta segunda-feira (10) o adiamento das eleições presidenciais deste ano para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O país vizinho argumentou em favor do adiamento citando complicações logísticas provocadas pela pandemia do novo coronavírus. O pedido da Argentina, realizado pelo ministro das Relações Exteriores Felipe Solá, ocorre após solicitações semelhantes vindas do México e do Chile.
Na semana passada, os países anunciaram à direção do BID que apoiam o movimento para adiar a eleição, prevista para ocorrer entre os dias 12 e 13 de setembro, por seis meses. A União Europeia (UE) também já havia se posicionado contra a realização do pleito neste ano.
“Esse adiamento é necessário, porque algo tão vital para nós como o novo presidente do BID não pode sair de uma reunião virtual”, pontuou o chanceler argentino, em entrevista à “Radio Con Vos”, em Buenos Aires.
Pedido da Argentina é um revés para Trump
O pedido da Argentina, em apoio ao movimento de adiamento das eleições, configura-se como um revés para a escolha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na corrida pela liderança do BID.
O candidato estadunidense à cadeira, Mauricio Claver-Carone, é conhecido por uma linha dura em relação a Venezuela e Cuba. Um dos assessores mais próximos de Trump, Claver-Carone coloca-se como o atual favorito à posição.
A candidatura do norte-americano rompe uma tradição de mais de 60 anos na instituição de desenvolvimento voltada à América Latina e Caribe.
A decisão da Argentina, dessa forma, é uma resposta à indicação do presidente dos Estados Unidos. Na semana passada, o México comunicou que a eleição deveria ser adiada “até que as condições fossem adequadas”. O Chile e a Costa Rica tiveram posição semelhante, enquanto o Brasil apoiou a candidatura de Claver-Carone, junto com a Colômbia.
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