O governo da Argentina parece estar finalizando um acordo com seus maiores credores privados para reestruturar cerca de US$ 65 bilhões (R$ 345,83 bilhões) em dívida externa e resolver o terceiro default soberano do país neste século. As informações foram divulgadas pelo jornal “The Wall Street Journal” nesta segunda-feira (3).
Segundo fontes consultadas pelo jornal norte-americano, os maiores credores da Argentina, liderados pela BlackRock, concordaram em aceitar novos títulos em troca do pagamento da dívida que eles possuem atualmente. O acordo faria com que os credores recebessem de volta 55% do valor emprestado, disseram essas pessoas.
O acordo provisório chegou antes do prazo de terça-feira (4), estabelecido pela Argentina para os credores aceitarem sua oferta. Funcionários do Ministério da Economia e do gabinete do presidente disseram que ainda não podiam confirmar que houve um acordo.”Há um aperto de mão”, disse um credor estrangeiro envolvido nas negociações. “Os grandões cederam.”
O ministro da Economia, Martín Guzmán, disse recentemente que o governo não melhoraria a oferta atual e iniciaria conversas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para refinanciar as dívidas públicas se não houvesse um acordo com os “bondholders“.
A Argentina deve US$ 44 bilhões ao FMI, o que faz da a dívida do país insustentável. Além disso, o país vizinho teve um default pela nona vez em sua história, quando não conseguiu cumprir com o pagamento de juros de US$ 500 milhões.
A terceira maior economia da América Latina está em recessão desde a crise cambial de 2018, devido à inflação de dois dígitos registrada no país, uma das mais altas do mundo.
Guzmán diz que Argentina buscará novo plano com FMI
Em julho, o ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, informou que o País irá procurar um novo plano com o FMI, independente de qual for a conclusão das negociações com os credores privados sobre a reestruturação da dívida
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Durante uma entrevista à ‘TV Blomberg’, o ministro da Argentina explicou que “após o processo de reestruturação da dívida com os credores privados, esperamos solicitar um novo programa do FMI que substitua o anterior, que não funcionou”, e completou “isso vai ocorrer independentemente do que acontecer com os credores privados”.