Em nova atualização sobre os seus dados de inflação, a Argentina mostra uma inflação de 78,5% no anualizado, chegando próximo das projeções de 100% de inflação para o ano de 2022.
Com o cenário de hiperinflação na Argentina, especialistas ainda estimam cerca de 7% do indicador na próxima leitura, referente ao mês de setembro.
A inflação de agosto foi puxada por itens como vestuário e calçados (9,9%) e equipamentos domésticos (8,4%). Alimentos e bebidas não alcoólicas tiveram alta de 7,1%.
O índice de preços ao consumidor (IPC) de agosto foi de 7%, ante 7,4% em junho.
Desde janeiro, a inflação acumulada na Argentina é de 56,4%.
Nesse contexto o presidente, Alberto Fernandéz, tem rotacionado os ministros da economia. Agosto foi o primeiro mês completo em que a gestão ficou com Sergio Massa, que cita a inflação como uma prioridade.
Além disso, visa combater os problemas cambiais do país – dada a circulação do dólar paralelo, ou dólar blue.
O dólar blue, ou dólar paralelo, é negociado por cerca de 280 pesos hoje em meio ao desgaste econômico do país.
O dólar blue, vale lembrar, é um termo utilizados desde meados de 2011 para se referir ao câmbio paralelo, por conta das restrições à aquisição de moeda estrangeira que a AFIP (Administración Federal de Ingresos Públicos, órgão de arrecadação de impostos) e o Banco Central da República Argentina haviam firmado na época.
Argentina atinge US$ 2 bilhões em empréstimos com o Banco Mundial
O Banco Mundial liberou um montante de US$ 900 milhões em crédito à Argentina neste último mês, com liberação ao longo dos próximos seis meses.
A conformação foi feita após o encontro, nos Estados Unidos, do diretor de operações do Banco, Axel van Trotsenburg, com o ministro da Economia da Argentina.
No acumulado de 2022, afora este empréstimo, o Banco Mundial já desembolsou US$ 1,1 bilhão à Argentina, que se encontra em crise e com uma inflação descontrolada.
“O ministro e van Trotsenburg confirmaram seu compromisso de continuar trabalhando juntos para promover o crescimento inclusivo e sustentável na Argentina”, afirma o documento sobre o empréstimo.
Segundo o Banco Mundial, os programas irão incluir apoio a obras de esgoto, sistema universal de saúde, capacitação para a criação de empregos e medidas de proteção social para crianças pobres.
Em sua conta no Twitter (TWTR34), Massa agradeceu o “forte apoio” do Banco Mundial à Argentina e seu “reconhecimento pelas medidas que tomamos para estabilizar a macroeconomia e fortalecer as reservas”.
Segundo ele, com projetos de desenvolvimento no país de US$ 9,1 bilhões, o Banco Mundial é hoje “um aliado estratégico da Argentina e continuará sendo”.
Massa teve ainda uma agenda concentrada em investidores de lítio na Argentina.
A ocasião mais aguardada da visita aos Estados Unidos, o encontro do ministro com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, está marcado para o próximo dia 12.
Na Argentina, ao longo de 2022, esperam-se pagamentos ao FMI de cerca de US$ 19 bilhões, em 2023 outros US$ 20 bilhões e, em 2024, cerca de US$ 4 bilhões a mais.
O governo da Argentina está procurando chegar a um acordo que prolongue as condições de pagamento e substitua o atual programa de “stand-by” dessa dívida.
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