Na última quinta-feira (29), o presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou que investidores de títulos locais precisariam aceitar vencimentos mais longos. Esta seria parte de uma série de medidas destinadas a estancar as saídas de capital e controlar o peso em meio à crise financeira.
A corrida pelos saques foi tão intensa que alguns ‘fundos mútuos’ da Argentina suspenderam temporariamente as retiradas.
Os títulos da Argentina denominados em dólar despencaram para 40 centavos. No fim da última quinta-feira (30), a S&P Global Ratings disse que a extensão forçada dos vencimentos dos títulos locais caracterizava um “default seletivo”.
“Por enquanto, há muita incerteza para que os investidores se sintam confortáveis”, disse James Barrineau, chefe de dívida de mercados emergentes da Schroders.
“Acredito que o governo quis primeiro estancar o sangramento no mercado local para depois resolver questões mais amplas da dívida” afirmou.
A estratégia do presidente Macri, adiando os pagamentos de US$ 101 bilhões em dívidas, parece ter colaborado com o peso – depois de cair inicialmente, a moeda terminou a última quinta-feira (30) em alta.
Mas ainda é questionável se a ação ajudará a evitar mais uma difícil reestruturação em um país que já possuí a reputação de inadimplente crônico.
No início do século, em 2001, a Argentina causou danos aos seus credores com o maior default da história, interrompendo os pagamentos de US$ 95 bilhões em títulos de dívida.
Peso argentino recua e risco-país cresce
Na última quinta-feira (29), o peso da Argentina chegou a registrar queda de 3% e o risco-país avançou para o patamar mais alto desde 2005, com aumento de 48 pontos-base para 2.037.
Saiba mais: S&P rebaixa rating da Argentina para default seletivo
Desde as eleições primárias, que ocorreram no dia 11 de agosto, o peso registrou perda de 19,5% de seu valor em relação ao dólar.
Na última quarta-feira (28), o governo declarou ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a moratória em relação aos vencimentos da dívida de US$ 56 bilhões da Argentina, que começariam em 2021, em uma tentativa de aliviar o mercado cambial.
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