Argentina: Fitch rebaixa rating para ‘default restrito’
A Fitch, agência de classificação de risco, rebaixou o rating de crédito da Argentina de “C” para “default restrito”. A informação foi divulgada nesta terça-feira (26).
“Isso marca um evento de default de acordo com os critérios da Fitch” acerca dos ratings soberanos, segundo a Fitch nesta terça-feira. A nota de crédito da moeda local da Argentina foi mantida em “default restrito”.
Na última sexta-feira (22), a Argentina deixou de pagar US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,68 bilhões) em juros de três bônus soberanos já atrasados, resultando no nono calote soberano de sua história.
As negociações, contudo, ainda estão em curso, uma vez que o prazo do acordo com credores foi adiado para a próxima terça-feira (2). O Comitê de Credores do País afirmou que se esse default não for “prontamente resolvido, impedirá o acesso ao mercado de capitais internacional necessário para a recuperação da economia argentina e, portanto, será prejudicial para o povo argentino”.
A inadimplência dos três títulos aconteceu no momento em que as negociações para a reestruturação da dívida externa de US$ 65 bilhões (cerca de R$ 347,62 bilhões) foram intensificadas. Segundo o ministro da Economia do país, Martín Guzmán, as negociações estavam em um patamar positivo, embora ainda “distantes” do acordo.
O que significa default, praticado pela Argentina?
Um default, na prática, é a transgressão de acordos pré-estabelecidos, e acontece na maioria das vezes quando a dívida deixa de ser paga por um devedor, seja por falta de condições financeiras ou por iniciativa do mesmo. O maior default de uma nação já registrado aconteceu na Grécia, quando deixou de arcar com US$ 138 bilhões em dívidas há oito anos.
Além disso, o default acontece não somente quando a dívida deixa de ser paga, mas também quando o devedor procura alterar os prazos estabelecidos, as garantias e os juros do empréstimo depois de já acordados.
Um default pode trazer consequências para todas as partes envolvidas. Para o devedor, caso seja estatal, no caso da Argentina, o default faz com que o país perca credibilidade no mercado de crédito, distanciando investidores internacionais e piorando as condições de quitação de sua dívida.