O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (15) que se a Argentina fechar o comércio após uma possível vitória de Alberto Fernández nas eleições, o Brasil sairá do Mercosul.
Guedes disse ainda que o crescimento econômico do País não depende da Argentina.
“Desde quando a gente precisa da Argentina para crescer? Temos nossa dinâmica de crescimento própria e nossos esforços são para recuperar isso”, declarou o ministro.
O ministro ressaltou que embora as exportações do setor automobilístico brasileiro ocorrerem majoritariamente para Argentina, um possível fechamento do mercado do país não afetará o Brasil.
Segundo ele, a indústria brasileira é competitiva e consegue vender para qualquer local do mundo.
Além disso, Guedes afirmou que a cotação do dólar voltará para a casa dos R$ 3 com a tranquilização no cenário argentino. “Acabou a crise na Argentina, [a cotação do dólar] volta para três, três e pouquinho. Preocupação zero”, disse.
Impactos da guerra comercial no Brasil
O ministro falou também sobre os impactos da guerra comercial entre China e Estados Unidos no Brasil. Para ele, ainda não há receio de que as tensões entre os dois países afetem o crescimento econômico do País de forma significativa.
“O que temos que fazer é nossa parte, consertar aqui dentro e esperar o pau comer lá fora. Se eles caírem lá fora, nós vamos continuar vendendo pra eles e continuar comendo pelas beiradas. Pode afetar alguns preços relativos, mas não temo que seja um impacto muito grande por aqui”, declarou Guedes.
O ministro também afirmou que mesmo que a economia global desacelere, com impulso da guerra comercial, isso não será um grande problema ao Brasil.
“O Brasil é economia continental. Somos uma ilha, porque nos fechamos, sempre tivemos nossa própria história de crescimento. O mundo estava acelerando há 20 anos e nós estávamos na mesma”, disse o ministro.
Venda de dólar para estabilizar câmbio na Argentina
O Banco Central argentino anunciou nesta quinta uma medida para estabilizar o câmbio no país.
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A estratégia foi motivada pela desaceleração econômica da Argentina após os resultados das eleições prévias. Com a medida, os contratos de dólares futuros dos bancos do país serão limitados a um teto de 5% em relação ao ano anterior.
Assim, as instituições financeiras deverão que vender parte dos dólares que possuem. A expectativa do governo é de que a venda aumente a oferta de câmbio no mercado da Argentina.