A Argentina abandonou as negociações do Mercosul para priorizar a economia interna do país em meio à crise da pandemia do novo coronavírus (covid-19). A informação foi divulgada na última sexta-feira (24) pelo Paraguai, atual presidente do bloco.
“A República Argentina anunciou a decisão de deixar de participar nas negociações de acordos comerciais em curso e das futuras negociações do bloco”, afirmou em nota o Ministério das Relações Exteriores do Paraguai.
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“A Argentina informou que adotou esta medida para atender as prioridades da sua política econômica interna, agravada pela pandemia da covid-19, e indicou que não será obstáculo para que os demais Estados Partes prossigam com os diversos processos negociadores”, completou a nota.
Apesar do país vizinho salientar que não será obstaculo ao bloco, os integrantes estão avaliando as medidas jurídicas, institucionais e operacionais para tal decisão.
Isto poque, segundo a regra do Mercosul, todos os países precisam aprovar juntos as negociações em andamento. Todos os integrantes devem entrar em consenso para aprovarem decisões comerciais como tarifas. Dessa forma, a ausência de um, na prática, implica na continuação das negociações.
“A Presidência Pró-Tempore do Paraguai e os demais Estados Parte do Mercosul avaliarão as medidas jurídicas, institucionais e operacionais mais adequadas para que a retirada da Argentina das negociações não afete a integração comunitária”, informou a nota.
Argentina anuncia medidas para conter o impacto econômico do coronavírus
O governo da Argentina divulgou, no dia 17 de março, um pacote de medidas para conter o impacto econômico gerado pelo avanço do coronavírus (Covid-19).
Segundo o ministro da Economia, Martin Guzmán, e de Desenvolvimento Produtivo, Matías Kulfas, serão gastos 100 milhões de pesos argentinos (cerca de R$ 8,03 milhões) em obras públicas para que a economia do país possa fazer frente ao coronavírus. A economia da Argentina está em recessão há dois anos.
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“Estamos aqui para tomar ações decisivas para garantir que a atividade econômica irá funcionar”, afirmou Guzmán.
As medidas anunciadas pelo governo de Alberto Fernández também incluem a isenção fiscal para empresas dos setores mais atingidos, como turismo, o fortalecimento do seguro-desemprego e do Programa de Recuperação Produtiva (Repro). O programa visa mitigar as demissões em todo o país.
O governo da Argentina também lançará, juntamente ao banco central, um pacote de 350 bilhões de pesos (R$ 28,11 bilhões) em crédito mais acessível para sustentar a produção de alimentos e financiar as empresas argentinas em meio à crise.
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