O Banco Central da Argentina decidiu elevar os juros para e desvalorizar o peso. A decisão da autoridade monetária veio horas após a vitória de Javier Milei, candidato libertário e de direita, nas eleições primárias do país.
Os juros na Argentina foram elevados de 97% para 118%, ao passo que o câmbio passou de 287 para 350 pesos cada dólar.
Dentre as pautas de Milei, vitorioso nas prévias, está a privatização do Banco Central e a ‘dolarização’ do país. O candidato cita a liberdade como ‘lema’ em discursos e mostra proximidade com correntes ideológicas como o anarcocapitalismo e o libertarianismo.
Vale destacar que, apesar da decisão da Argentina de ‘tabelar’ o câmbio, na prática a moeda argentina é trocada por cerca de 680 pesos – considerando cotações do ‘dólar blue’ e outros meios alternativos.
Desde que foi anunciada a revisão dos termos do acordo entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o governo do país – em meados de julho – a autoridade monetária tem desvalorizado o dólar sucessivamente em suas práticas.
Além disso, a alta de juros em 21 pontos percentuais (p.p.) coloca a taxa básica do país no seu maior patamar em 20 anos.
Bolsa na Argentina sobe após eleições
Com todo este cenário, a bolsa da Argentina sobe cerca de 6,6% no intradia, com o S&P Merval a mais de 512 mil pontos.
Javier Milei, do partido A Liberdade Avança, obteve 30,06% dos votos, ficando à frente dos dois candidatos da direita tradicional e da aliança governista, que obtiveram 28,27% dos votos e 27,24%, respectivamente.
Com isso, há expectativas de que Milei possa inclusive vencer as eleições na Argentina logo no primeiro turno.
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