A Argentina apresentou nesta quinta-feira (7) uma proposta de remodelação do Mercosul em meio a pandemia do novo coronavírus. O documento foi apresentado aos representantes técnicos dos países membros em reunião por videoconferência.
“A ideia é que o bloco avance em conjunto nas negociações regionais, tendo em conta a defesa de seu tecido produtivo e o cuidado com o emprego nacional”, detalha a proposta do governo da Argentina.
Nesse sentido, o secretário argentino para o Mercosul, Jorge Neme, afirmou que há a necessidade do bloco estar mais conectado com o mundo. “Mas também protegendo setores mais sensíveis, o trabalho e a criação de valor agregado na região”, destacou.
Neme ainda reiterou as sinalizações de adotar posições mais protecionistas feitas pelo governo do presidente Alberto Fernández. “Não podemos abrir-nos de forma frívola, e assim expor a estrutura de produção à competição externa”, afirmou. O secretário ainda defendeu que o movimento seria necessário em razão do “panorama de incertezas a nível internacional”.
Os representantes da Argentina também comunicaram que irão continuar a trabalhar em acordos com a União Europeia. No entanto, acordos com países como a Coreia do Sul, Singapura, Canadá e Líbano deveriam esperar.
Argentina propõe abertura comercial
Segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores, o objetivo é resguardar os empregos e a produção doméstica. E, dessa forma, proteger os setores vulneráveis de economia argentina.
“Não se trata de uma abertura frívola que expõe sua estrutura de produção à competição externa”, declarou o Ministério das Relações Exteriores após a reunião com os representantes dos países membros do Mercosul.
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Os três países não viram com bons olhos a proposta do governo argentino de que o país não estava disposto a assinar os acordos com a Coreia do Sul e os outros países.
Para o governo do país vizinho a “situação econômica internacional apresenta um panorama de incerteza, com indicadores de queda nas economias desenvolvidas e uma queda acentuada no comércio”.
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O governo da Argentina rejeita uma abertura comercial que apresente um impacto sobre seus objetivos de “normalizar a enorme dívida externa herdada e os níveis muito críticos de sua atividade econômica”.
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