O Banco Central da Argentina anunciou na última quarta-feira (11) um novo controle cambial. As novas medidas são um esforço para acalmar as especulações e impedir que a crise da dívida se agrave.
A medida tomada pela Argentina, a terceira maior economia da América Latina, exige que qualquer pessoa que compre uma moeda estrangeira se comprometa a aguardar ao menos cinco dias antes de utilizá-la na compra de títulos.
Nas regras anteriores, um comprador poderia utilizar a moeda estrangeira adquirida para vender um título logo após tê-lo comprado, com uma taxa de câmbio mais favorável. Segundo operadores desse tipo de arbitragem, tal ação podia gerar um lucro rápido de 5% a 7%.
O governo argentino autorizou controles cambiais no início de setembro, algo inesperado por parte do presidente Mauricio Macri. O mandatário é crítico das práticas protecionistas de sua antecessora, Cristina Kirchner.
As restrições iniciais também impuseram limites à compra de dólares, com as empresas passando a precisar da autorização do Banco Central para acessar o mercado de câmbio para adquirir a moeda estrangeira e realizar transferências para o exterior.
A decisão do presidente argentino de colocar em prática tais controles ocorreu após o candidato da oposição Alberto Fernández vencer as eleições primárias de 11 de agosto.
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A surpresa da vitória com folga do opositor fez com que títulos, ações e o peso argentino despencassem com o temor do retorno às políticas intervencionistas do governo anterior, encabeçado por Kirchner.
Medidas da Argentina para conter a crise
Após Macri anunciar no dia 1º de setembro as suas medidas para restrição na compra do dólar, a moeda norte-americana logo foi cotada a 58,26 pesos argentinos às 15h15 do dia seguinte, 2 de setembro. O valor representava uma baixa de aproximadamente 4% no valor do dólar no país vizinho.
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Nesta quinta-feira (12), por volta das 11h30, a moeda argentina segue estável, sendo negociado a 56,28 pesos para 1 dólar estadunidense.
No dia 28 de agosto, Macri declarou ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a moratória em relação aos vencimentos da dívida da Argentina de US$ 56 bilhões, que começariam em 2021, em uma tentativa de aliviar o mercado cambial.
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