A Argentina pode chegar a um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para a reestruturação de suas dívidas junto à instituição no começo de 2021. A informação foi revelada pelo ministro da Economia do País, Martín Guzmán, nesta terça-feira (11).
Segundo o ministro, no entanto, as negociações são complicadas e devem durar meses. “A negociação com o Fundo será dura e complexa. Não achamos que o acordo será rápido por causa da quantidade de questões que temos que negociar. Levará meses, mas é possível que podemos fechá-lo no começo do ano que vem”, disse em entrevista à rádio Metro.
O chefe da pasta econômica argentina não descarta que a instituição internacional possa impor alguma condições nas conversas, como exigir uma flexibilização das leis trabalhistas ou alguma reforma da Previdência no país. Guzmán, todavia, salientou que o país não irá aceitar nenhuma condição imposta que vá contra o “desenvolvimento da Argentina”.
Segundo ele, as dúvidas e desconfiança sobre a economia da Argentina estão sendo dissipadas. Isso ocorre devido ao apoio de organizações internacionais, como o G20, da continuidade nas negociações com credores privados e pelo apoio do próprio FMI.
De acordo com o ministro, há uma “clareza” muito maior na relação com atores-chave para o país do que o próprio governo esperava ao assumir o poder, no fim do ano passado.
Na última terça-feira (4), o país anunciou que fechou um acordo com três grupos de credores para a reestruturação da dívida de US$ 65 bilhões (cerca de R$ 348,12 bilhões). O entendimento entre as partes fará com que o país possa sair da inadimplência, após ter deixado de pagar os juros da dívida soberana do primeiro semestre deste ano.
O ministro também pontuou que 2021 deve ser positivo para a economia da Argentina e afirmou esperar uma recuperação do salário real no país, que foi impactado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “Vemos um no bom pela frente, embora dependa da velocidade com a qual a pandemia será eliminada”, afirmou.
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