A Arezzo (ARZZ3) deve negociar um total de cinco novos ativos após uma captação bem sucedida com o seu follow-on, segundo informações apuradas pelo jornal Valor Econômico.
O Follow-on da Arezzo rendeu R$ 830 milhões ao caixa da companhia, que tem foco vestuário feminino premium.
“Temos interesse em negócios de marcas autorais para criar uma house of brands [grupo de marcas] e não ter uma rede única”, disse Alexandre Birman, CEO da Arezzo&Co.
Dentre as marcas que ficam debaixo do guarda-chuva estão Arezzo, Schutz, Alexandre Birman, Reserva, Carol Bassi (vestuário feminino), Vans e Baw Clothing (moda streetwear).
Mostrando um ritmo acelerado de aquisições, as quatro últimas foram aquisições concluídas entre 2019 e 2021, somando uma cifra de R$ 1 bilhão no total.
A estratégia foi adotada após a empresa seguir em mais de 45 anos de expansão orgânica – que também deve receber aporte do recurso captado pelo follow-on. Vale lembrar que a empresa está na bolsa há cerca de 11 anos e completa 50 anos ainda em 2022.
Como foi o follow-on da Arezzo
Segundo o CEO da Arezzo, a decisão de fazer um follow-on se dá por conta dessa nova etapa, que demanda mais capital, e não necessariamente à competitividade com a Soma, holding de moda que levantou R$ 1,8 bilhão em seu IPO em 2021 e comprou a Hering.
“Sempre crescemos com geração de caixa e gostamos de operar com ele positivo. Hoje, nossa alavancagem é de apenas 0,5 vez o Ebitda. Com essa entrada de recursos, nosso caixa líquido será equivalente a um Ebitda”, disse Birman.
No acumulado até setembro, a Arezzo&Co apurou um Ebitda ajustado de cerca de R$ 275 milhões. A demanda pelas ações foi cinco vezes superior ao book, com investidores locais e internacionais de longo prazo.
A capitalização foi concluída dois meses depois de a empresa anunciar a aquisição da marca Carol Bassi, por R$ 180 milhões – transação que marcou sua entrada no segmento de moda feminina.
À época o Goldman Sachs publicou um relatório no qual informava que a posição da Arezzo está acima da média histórica, mesmo com a alavancagem atual da empresa.
O banco avaliava o momento como relativamente confortável, considerando a forte geração de fluxo de caixa da empresa, o que poderia permitir que a desalavancagem fosse rápida.
“Vemos o follow-on anunciado como um ponto positivo estratégico para Arezzo”, afirmam os analistas.
O maior destaque para o banco é especialmente a possibilidade contínua de negócios adicionais de fusão e aquisição, o que é consistente com o que já havia sido declarado pela administração da Arezzo de expandir a marca.