Anderson Birman, fundador da Arezzo &Co (ARZZ3), doou suas ações para os filhos Alexandre, Patrícia, Allan, André e Augusto. Contudo, de acordo com os detalhes informados ao mercado na quarta (17), essa operação conta com uma cláusula vitalícia a favor do empresário.
Segundo o informe arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cerca de 4,4 milhões de ações da Arezzo foram entregues a Alexandre, CEO da empresa, mas os direitos políticos e econômicos desses papéis terão “usufruto vitalício” de Anderson. Além desses papéis, o atual CEO da companhia recebeu outras 5,2 milhões de ações com usufruto – ou seja, nesses papéis, ele possui direitos políticos e econômicos.
Cerca de 16,7 milhões de ações foram divididas igualmente entre os demais irmãos: Patricia, Allan, André e Augusto – cada um ficou com 3,8% do capital total da Arezzo. Fechando a operação, um milhão de papéis até então pertencentes a Anderson foram alienados na Bolsa.
Segundo a companhia, essa operação não alterou a composição do controle ou a estrutura administrativa do negócio.
“Com a efetivação da doação, passa a vigorar o Acordo de Acionistas celebrado entre Alexandre, Patricia, Allan, André e Augusto, regulando suas relações na qualidade de acionistas da Arezzo e visando a solidificar o bloco representado pela família Birman em seu relacionamento e no exercício de direito de voto como acionistas da Companhia”, reforçou a empresa.
Arezzo no 1T23
O balanço da Arezzo foi apresentado ao mercado no começo do mês com os seguintes destaques:
- Receita líquida recorrente: R$ 1,025 bilhão (alta de 22,1% ante 1T22);
- Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização): R$ 164,2 milhões (alta de 22,8% ante 1T22);
- Lucro líquido recorrente: R$ 73,088 milhões (alta de 27% ante 1T22);
Thiago Macruz, do Itaú BBA, vê o balanço como “bom e esperado”: “Os resultados da Arezzo no 1T23 foram bons, superando nossas estimativas de rentabilidade. A empresa apresentou desempenho de vendas consistente nas marcas principais, e a AR&CO voltou a se destacar em termos de desempenho de crescimento”.
O Itaú BBA trabalha com recomendação outperform, equivalente à compra, nesses papéis da Arezzo, com o preço-alvo de R$ 95 no final do ano.