A Apple informou que pretende transferir entre 15% a 30% de sua produção da China para o Sudeste Asiático. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (18) pelo jornal Nikkei Asian Review.
Segundo o veículo, a Apple pediu aos seus fornecedores que avaliem os custos da mudança. Durante esse período, a empresa estará se preparando para reestruturar sua cadeia de fornecimento.
A empresa norte-americana informou que os riscos de depender da fabricação na China são crescentes e muito grandes.
O jornal ainda informou que diversas fábricas diretamente relacionadas aos produtos fabricados pela companhia foram convidadas a estudar opções fora da China.
As fábricas Foxconn, Pegatron, Wistron, que produzem o Iphone, as produtoras de Airpods Inventec, Luxshare-ICT e Goertek e a Quanta Computer, maior fabricante dos computadores MacBook da Apple, são algumas das empresas que podem diminuir a produção no país.
Os países considerados favoritos para a realocação das produtoras são o México, Índia, Vietnã, Indonésia e Malásia. Para a produção de smartphones, a companhia tem preferência para a Índia e o Vietnã.
O tempo estimado pelo Nikkei para que a transferência ocorra é de 2 a 3 anos para 15% da produção. Esse seria o tempo mínimo por conta da complexidade da operação.
O país de origem da Apple, Estados Unidos, e a China estão enfrentando uma guerra comercial marcada pela imposição de tarifas do governo norte-americano sobre produtos chineses.
Tarifas impostas por Donald Trump
No início do mês de junho, o presidente Donald Trump ameaçou impor novas tarifas sobre os produtos chineses. De acordo com a declaração do presidente a imposição será de “ao menos” US$ 300 bilhões. Além disso, Trump acredita que a China e o México desejam fazer acordos com os Estados Unidos.
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“Nossas conversas com a China, muitas coisas interessantes estão acontecendo. Veremos o que ocorre… eu poderia aumentar ao menos outros US$ 300 bilhões, e o farei na hora certa”, disse Donald Trump.
EUA: tarifas não são suficientes
O representante comercial norte-americano, Robert Lighthizer, afirmou que as tarifas impostas por Donald Trump podem não ser suficientes para que a China mude.
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As tarifas foram impostas sobre os produtos chineses como reflexo da guerra comercial entre os EUA e a China. Em maio, Washington decidiu aplicar um aumento de 25% das tarifas sobre US$ 250 bilhões em produtos.
A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China é considerada a principal causa para a decisão da Apple.