A gigante tecnológica norte-americana Apple registrou uma queda de 3% em seu lucro líquido no terceiro trimestre de 2019. A empresa de Cupertino obteve US$ 13,69 bilhões em seu balanço. Os resultados trimestral foram divulgados pela companhia nesta quarta-feira (30).
Essa é a primeira vez que o lucro da Apple cai desde que o CEO da empresa, Tim Cook, assumiu em 2011.
Por outro lado, a receita total da Apple aumentou 1% em comparação ao mesmo período do ano passado, somando US$ 53,8 bilhões. As vendas internacionais representaram 59% da receita no trimestre.
O custo de venda da gigante tecnológica aumentou consideravelmente desde 2017, quando foi introduzido no mercado o novo iPhone com tecnologia de reconhecimento facial. Um avanço que foi possível graças a fortes investimentos em pequisas e desenvolvimento.
“Este foi nosso maior trimestre de junho de todos os tempos – impulsionado pela receita recorde de todos os tempos do setor de Serviços” informou Cook, salientando o “forte desempenho do iPad e Mac e melhoria significativa nas tendências do iPhone”.
“Esses resultados são promissores em todos os nossos segmentos geográficos e estamos confiantes sobre o que está por vir. O saldo do calendário 2019 será um período emocionante, com grandes lançamentos em todas as nossas plataformas, novos serviços e vários novos produtos”, explicou o executivo,
Para o CFO da Apple, Luca Maestri, “devolvemos mais de US$ 21 bilhões aos acionistas durante o trimestre, incluindo US$ 17 bilhões através de recompras no mercado aberto de quase 88 milhões de ações da Apple e US$ 3,6 bilhões em dividendos e equivalentes”.
Dificuldades da Apple
A Apple está enfrentando uma série de dificuldades nos últimas semanas. A empresa deixou de ser uma das marcas preferidas do público chinês. A guerra comercial fez a companhia norte-americana despencar da 11ª posição para o 24º lugar dentre as 50 principais marcas do mercado chinês, segundo a consultoria Prophet.
Saiba mais: Guerra comercial faz com que Huawei esteja à frente da Apple no mercado chinês
De acordo com especialistas do mercado, a participação da Apple tem sido rejeitada por conta da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
A queda da empresa norte-americana se torna mais significativa quando viu a sua concorrente, especialmente no mercado asiático, a gigante Huawei, subir da 4ª para a 2ª posição, se tornando a sétima empresa a ocupar o top 10 do estudo.
Segundo a sócia-gerente da Arbor Ventures, uma fintech de investimentos internacionais fundada na Inglaterra, Melissa Guzy, essa onda nacionalista que permeia a guerra comercial é permanente.
Multa da UE
A Apple também recebu uma multa de 13 bilhões de euros (cerca de R$ 58 bilhões) pela União Europeia (UE). A gigante de tecnologia dos Estados Unidos foi penalizada por conta de impostos não pagos na Irlanda.
Saiba mais: Apple recorrerá de processo de 13 bi de euros da Comissão Europeia
A Apple recorreu da atuação argumentando que seguiu as leis tributárias irlandesas e norte-americanas, portanto, não fez nada de errado.
Além disso, a empresa salientou que deve grande parte dos seus impostos ao governo norte-americano. Isto pois grande parte de seus produtos são produzidos lá, desde a parte de engenharia ao desenvolvimento e design.
A companhia enviará um grupo de seis pessoas, liderado por seu vice-presidente financeiro, Luca Maestri, para a audiência na UE. O processo judiciário ocorrerá no Tribunal Geral de Luxemburgo.
Para a Comissão Europeia, as alterações fiscais na Irlanda em 1991 e 2007 fizeram com que a carga tributária da Apple fosse reduzida por mais de 20 anos. Com isso, a empresa foi beneficiada de forma ilegal.