Investir para aposentadoria: é melhor montar uma carteira diversificada ou comprar imóveis?

Com agravamento do déficit da previdência social, a busca por investimentos visando a aposentadoria tem crescido entre os brasileiros. Dentro deste cenário, diversas dúvidas podem surgir sobre qual é a melhor forma de estruturar este planejamento, incluindo o questionamento entre investir em imóveis ou em uma carteira diversificada de ativos de renda fixa ou variável.

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Culturalmente, adquirir imóveis para renda passiva por meio da locação é uma das maneiras mais tradicionais para quem está em busca de uma aposentadoria mais tranquila no Brasil. Entretanto, com o crescimento da disseminação de informações sobre investimentos de longo prazo e dividendos, estruturar uma carteira diversificada de ativos também tem se tornado uma opção cada vez mais popular.

Imóveis ou carteira diversificada?

Por mais que essa pareça uma resposta simples, existem diversos fatores que devem ser levados em consideração antes de tomar uma decisão, incluindo questões culturais e individuais de cada pessoa. 

De acordo com Tales Barros, especialista em renda variável da Status Invest Assessoria, adquirir um imóvel como forma de investimento já é uma tradição transmitida entre gerações no Brasil, o que faz com que essa decisão não seja tomada somente com base em “análises matemáticas”. “Nem tudo se resume em números. Ter o seu próprio imóvel tem um volume e um peso pessoal para cada um”, diz ele. 

Entretanto, além das questões emocionais e culturais, o especialista ressalta que é importante considerar os custos que envolvem a aquisição de um imóvel, como escritura e manutenção. Além disso, Barros destaca ainda que, ao optar por esse tipo de investimento, é necessário lidar com a oferta e com a demanda na hora de pensar na locação, considerando ainda que o imóvel pode passar por períodos de desocupação. 

“Eu acredito que uma boa carteira diversificada, levando em consideração liquidez e até uma geração de renda passiva que pode até superar um eventual aluguel, que está muito condicionado a oferta e demanda, não é algo tão fixo como o rendimento mensal de um fundo imobiliário, então o imóvel acaba perdendo um pouco o espaço”, explica o especialista.

Segundo ele, os imóveis podem ter gastos muito mais elevados em comparação com uma carteira de fundos imobiliários ou de outros ativos de renda variável ou fixa. No entanto, para que essa seja uma escolha realmente assertiva é fundamental selecionar bons ativos e ter uma estratégia de investimentos baseada em cada perfil de investidor

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Como montar uma carteira de investimento para aposentadoria?

O primeiro passo para estruturar uma carteira de investimentos focada na aposentadoria é entender as características de cada investidor e quais são os planos dele para o médio e longo prazo. Depois disso, olhar para ativos pagadores de proventos, como fundos imobiliários e empresas pagadoras de dividendos, é uma boa opção para acumular recursos e poder reinvesti-los. 

“Se você deixar uma parcela focada em geração de renda passiva, seja por meio de fundos imobiliários ou de alguns ativos pagadores de dividendos, isso vai te fornecer naturalmente uma liquidez e uma oportunidade de reinvestir esse dividendo. A tendência no longo prazo, caso você reinvista isso por dez, quinze ou vinte anos, é conseguir um resultado maior do que se você simplesmente tiver um recurso gerado através de um aluguel, que muitas vezes pode nem acontecer”, explica o especialista. 

Além disso, os títulos de renda fixa também podem ser uma boa opção para diversificar os investimentos ou para os investidores com perfis mais conservadores, especialmente em cenários de juros elevados. 

“A gente está uma janela de oportunidade um tanto rara quando a gente se depara com os títulos públicos pagando IPCA+6%, então, quando a gente pensa em uma diversificação, é muito mais a gente conseguir buscar algumas oportunidades que nem sempre vão acontecer”, completa. 

Dessa forma, de acordo com o especialista, estruturar uma carteira que inclui uma parte de exposição à renda fixa, além de fundos imobiliários e ações menos voláteis, é uma boa alternativa para quem quer se aposentar de forma mais confortável. O peso de cada ativo dentro da carteira dependerá, no entanto, do perfil de risco de cada investidor.

Quando começar a pensar em investimentos para se aposentar?

“No final, não tem uma resposta correta. O melhor dia para começar é ontem”, diz Barros.

Para ele, é fundamental pensar na aposentadoria o quanto antes e, após entender as características individuais relacionadas ao apetite ao risco, já iniciar o planejamento. Além disso, o especialista ressalta ainda que o mais importante neste processo é a disciplina para poupar dinheiro e investir de forma constante, além de focar na redução das dívidas. 

“É necessário conseguir abarcar tudo que você está buscando. Se você está buscando uma carteira que te dá um retorno alto em um tempo mais curto, esteja ciente que isso pode implicar em riscos adicionais. Vai muito mais de investidor para investidor, mas nunca é tarde para pensar em investimento para aposentadoria”, finaliza o especialista.

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Giovanna Oliveira

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