Abilio Diniz vendeu sua fatia de 3,8% da BRF (BRFS3) para a Marfrig (MRFG3) por R$ 898,9 milhões, após quase nove anos como acionista da empresa. O empresário vendeu sua participação na empresa com prejuízo. A informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico.
Segundo o veículo, os fundos da Península Participações, cujo presidente do conselho é o Diniz, investiram mais de R$ 1 bilhão na BRF entre fim de 2012 e início de 2013. Nessa época as ações da dona da Sadia eram cotadas próximo de R$ 40, mas a Marfrig pagou, em maio deste ano, R$ 28,75 pelos papéis, o que se configura como um prejuízo.
Mas Abilio Diniz pode amenizar as perdas com o investimento na BRF. Conforme o relatório do Bradesco BBI, no contrato entre Marfrig e Aspen, um dos fundos do empresário, há previsão de pagamento de earn-out. O earn-out é um pagamento realizado em um processo de aquisição e fusão para os antigos acionistas como forma de compensá-los com os lucros futuros que a companhia poderá entregar.
Dessa forma, se acontecer uma fusão entre a BRF e Marfrig o contrato prevê que o empresário terá direito a 50% do que exceder os R$ 28,75. Mas o relatório alerta que após a nova assembleia da BRF, em que irá eleger um novo conselheiro, o direito ao earn-out expira.
Cade aprova operação entre Marfrig e BRF
Após fazer pedido de reabertura da análise da compra de ações da BRF pela Marfrig, feito na semana passada no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a conselheira Lenisa Prado mudou de posição e desistiu da reavaliação. Assim, a operação foi aprovada novamente.
A Marfrig irá se tornar o maior acionista individual da BRF. A Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) fica com a segunda maior fatia, com 7% de participação.
Na sessão desta quarta-feira, porém, Lenisa disse que, após reuniões com advogados da BRF e Marfrig e a apresentação de novos dados e documentos, entendeu que a operação não oferece riscos ao mercado. “Houve esclarecimentos das questões concorrenciais”, completou.