Após amargar perdas, Mauá Capital reduz área de fundos multimercados
Em informe nesta sexta-feira (3), a Mauá Capital afirmou que está reestruturando áreas dentro da gestora e que deve reduzir sua área de fundos multimercados, considerando que o segmento tem sofrido perdas.
Luiz Fernando Figueiredo, sócio-fundador da Mauá e ex-presidente do Banco Central, a área será menor e com uma “abordagem macroeconômica“. Ele próprio deve liderar o segmento, com uma gestão voltada para o longo prazo.
O carro-chefe do segmento na Mauá, o Mauá Macro, já soma perdas de 7,7% em 2021. No acumulado de 12 meses, o fundo caiu 2,8%, mantendo a cesta de ativos abaixo do CDI.
Mas a principal perda foi do patrimônio líquido administrado: queda de 67% desde o fim de 2019, saindo de R$ 384 milhões para R$ 124 milhões.
Com o movimento, a Mauá vai priorizar ativos da economia real, como o setor imobiliário e ações.
Além disso, a Mauá afirma estar interessada na temática do ESG: “Além de nos adequar completamente aos padrões de sustentabilidade internamente, estamos muito avançados em trazer soluções a grandes empresas para que elas possam ajudar seu ecossistema a se desenvolver, evoluir de forma sustentável.”
Da mesma forma, na área de investimentos alternativos, a Mauá deve lançar em um novo produto de crédito estruturado e buscar mais fintechs para investir.
Atualmente, a Mauá já investe em duas empresas do segmento, a Pontte e a Marvin, ambas de crédito.
Mauá: últimos 3 anos foram desafiadores para os multimercados
A Mauá diz, no documento, que os últimos três anos foram “muito desafiadores” e, apesar do esforço, “não conseguimos gerar a consistência nestes produtos da forma que os nossos clientes merecem”, afirma a nota, falando dos multimercados.
“Tomamos decisões importantes para focarmos e continuarmos crescendo nas áreas que estão dando maior retorno para a empresa e para seus investidores”, diz a nota. “Para isso, foi necessário fazer um downsizing na área de gestão de fundos multimercados.”