Santander (SANB11): números do 2T23 foram fracos e abaixo das expectativas, diz BTG; ações caem

As ações do Santander (SANB11) operam entre perdas e ganhos nesta quarta-feira (26) no Ibovespa, após a divulgação dos resultados do segundo trimestre da instituição. O BTG Pactual (BPAC11) avaliou os números como fracos e abaixo das expectativas.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2022/06/Banner-Noticias-1000x325ITUB4.jpg

Perto das 12h45, as units do Santander caíam 0,34%, cotadas a R$ 29,35.

Cotação SANB11

Gráfico gerado em: 26/07/2023
5 Dias

Em relatório, os analistas do BTG pontuaram que o Santander foi o primeiro banco incumbente a experimentar uma desaceleração no crescimento do crédito e mostrar um aumento nos NPLs (sigla em inglês para Non Performing Loan).

Na prática, o NPL representa os empréstimos bancários que não foram pagos pelos clientes do Santander, gerando um ônus imediato pela inadimplência, que pode ser minimizado com a venda ou negociação desses débitos no mercado.

“Embora agora estejamos vendo alguma melhora do portfólio do Santander, segmentos de empréstimos de menor risco impactaram significativamente a margem líquida de juros (NIM) e, consequentemente, a lucratividade”, disse o BTG.

Ainda segundo o banco, os níveis persistente e altos de empréstimos, além do menor índice de cobertura, os deixa cautelosos sobre qualquer recuperação rápida. “Não vemos justificativa para alterar nossa recomendação de venda neste momento”, acrescentou.

O BTG, portanto, tem recomendação de venda para as ações do Santander, com preço-alvo a R$ 27,00.

André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, discorda da avaliação do time do BTG sobre o 2T23 do Santander: “Em termos de resultado, pode se dizer que o balanço veio em linha com o que o mercado esperava, sem grandes surpresas. O mercado esperava um lucro recorrente de R$ 2,39 bilhões e vieram R$ 2,31 bilhões. A margem financeira ficou levemente acima do consenso, um resultado de R$ 13,58 bilhões frente aos R$ 12,91 bilhões esperados.”

Mas Fernandes concorda com a análise do BTG em relação à inadimplência. “É o ponto de atenção do resultado do Santander no 2T23. A inadimplência segue subindo e fechou o trimestre com 3,3% (alta de 0,17 pontos percentuais). O ROE recorrente segue bem abaixo de bancos como Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB4), que rodam a um ROE próximo de 20% – o do Santander veio em 11,2% e o esperado pelo mercado era de 11,4%”, disse o head de renda variável e sócio da A7 Capital.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop.jpg

Lucro do Santander desaba 45% em um ano, ao atingir R$ 2,3 bilhões no 2T23

Santander anotou um lucro líquido recorrente de R$ 2,309 bilhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), segundo balanço divulgado na manhã desta quarta-feira (26), antes da abertura do pregão. Com isso, o lucro do banco recuou 45% na comparação anual, mas cresceu 7,9% frente aos primeiros três meses do ano.

Já o lucro líquido societário do Santander ficou em R$ 2,147 bilhões entre os meses de abril e junho deste ano, queda de 46,9% em um ano, mas aumento de 4,1% na base trimestral.

A rentabilidade medida pelo índice de retorno sobre o patrimônio (ROE) do Santander no 2T23 – excluindo ágio – foi de 11,2% ante 10,6% no primeiro trimestre, melhora de 0,7 pontos percentuais (p.p).

carteira de crédito do Santander chegou a R$ 499,2 bilhões, queda de 0,2% no trimestre e alta de 6,6% no ano, com destaque para o crescimento de 6,5% na linha de varejo e 9,7% de grandes empresas.

As receitas de serviços e tarifas bancárias alcançaram R$ 4,810 bilhões, alta de 0,1% na comparação anual e aumento de 2,4% na base trimestral, beneficiadas por maiores receitas de corretagem e colocação de títulos, seguros e cartões.

A margem financeira bruta do banco foi de R$ 13,579 bilhões no segundo trimestre, ficando estável na base anual, aumentando 3,3% em relação ao primeiro trimestre.

No comunicado de resultados, o diretor-presidente do SantanderMário Leão, disse que a instituição começou a sentir os efeitos positivos de maior seletividade de crédito aplicada a partir do final do quarto trimestre de 2021.

“Mesmo com uma seletividade na originação, que resulta em spreads menores dado o foco em clientes com melhor perfil de riscos, observamos um aumento novamente da margem com clientes no trimestre, principalmente por volumes”, destacou.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Giovanni Porfírio Jacomino

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno