A Petrobras (PETR4) deixou para trás a alta de produção de petróleo e gás registrada em fevereiro e voltou aos patamares de janeiro no mês de março, segundo dados preliminares da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Com isso, a produção total do País foi afetada, caindo 4,7% no mês passado, para 3,986 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), perdendo novamente a marca de 4 milhões de boe/d.
A produção média da Petrobras em março foi de 2,670 milhões de boe/d, de acordo com a ANP, queda de 3,2% contra fevereiro. A produção de petróleo ficou em 2 milhões de barris por dia (bpd) e 95,9 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d), quedas de 3,3% nos dois casos. No próximo 3 de maio, a estatal vai divulgar o relatório de produção referente ao primeiro trimestre do ano. Segundo dados da ANP, a companhia fechou o período com produção média de 2,7 milhões de boe/d, queda de 3,5% em relação ao mesmo período do ano anterior (2,8 milhões de boe/d).
Pré-sal
A participação da produção do pré-sal recuou em março, depois de ter batido recorde em fevereiro com 2,566 milhões de bpd de petróleo e de 111,5 milhões de m3/d de gás natural, que valeu à região uma participação também recorde de 78,1% no total produzido no País. Já no mês passado, a produção do pré-sal despencou 8%, para 3,007 milhões de boe/d, sendo 2,363 milhões de bpd de petróleo, queda de 7,91% contra fevereiro, e 102,4 milhões de m3/d de gás natural, menos 8,18% na mesma comparação.
A participação da produção do pré-sal em março, no total de petróleo e gás natural produzido no País, caiu para 75,4%.
Petrobras: ministro volta a criticar política de preços e desinvestimentos
Em entrevista à CNN, o ministro voltou a criticar a política de preços de combustíveis da Petrobras, afirmando que ela precisa ser revisada “de forma mais estrutural e menos pontual”.
O político havia sido questionado sobre o impacto dos preços do querosene de aviação (QAV) sobre as passagens aéreas — assunto, inclusive, que também foi alvo de críticas do CEO da Azul (AZUL4), John Rodgerson, em março.
“A política de preços de uma empresa de capital aberto — que concorre no mercado com outras grandes petroleiras, inclusive com competitividade interna na questão dos refinados, porque foram vendidas refinarias — precisa ser discutida em termos de política de preços global”, afirmou.
Crítica aos desinvestimentos
Ainda na entrevista à CNN, o ministro do MME criticou o processo de desinvestimentos da Petrobras e a venda de ativos. Além disso, Silveira apontou a capacidade do Brasil para se tornar autossuficiente na produção de gasolina e diesel — a estatal responde hoje por cerca de 80% dos combustíveis ofertados no País.
Foi um grave erro [a política de desinvestimento], para não dizer um ataque à soberania nacional. Não se justifica. Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia
O ministro ainda declarou que a pasta, junto à Petrobras, visa modernizar as refinarias da estatal. “Para que possamos não só exportar óleo cru, mas também nos tornar autossuficientes no refino de gasolina. Temos toda a condição de nos tornarmos autossuficientes na gasolina e, no médio prazo, também no diesel”, disse.
Silveira afirmou, ainda, que o governo “respeita a governança da Petrobras”, porém declarou que o Brasil não pode ficar “à mercê do grande cartel da Opep”. Recentemente, o grupo internacional anunciou corte na produção de petróleo, com objetivo de alavancar seus preços.
Com Estadão Conteúdo