A rede de educação Ânima (ANIM3) enfrentou um revés financeiro ao registrar prejuízo de R$ 101,5 milhões, no quarto trimestre de 2023 (4T23), revertendo o lucro de R$ 169,4 milhões obtido no ano anterior. Ao analisar o resultado ajustado, a empresa passou de um lucro de R$ 210,7 milhões para um prejuízo de R$ 6 milhões.
Apesar das dificuldades, o 4T23 da Ânima mostrou um desempenho mais favorável em alguns aspectos. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia alcançou R$ 227,4 milhões, representando um aumento de 84,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, a margem desse indicador subiu 10,5 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2022.
Contudo, a última linha do balanço da Ânima foi novamente impactada pelas despesas financeiras, que registraram um aumento de 9,5%. Adicionalmente, no quarto trimestre de 2022, a empresa teve uma reversão de ágio de Imposto de Renda da aquisição da Laureate, que adicionou R$ 375,2 milhões ao balanço na época, impactando as bases de comparação, segundo a empresa.
Ânima no 4T23: empresa ainda sofre com dívida
Quanto à alavancagem, a Ânima manteve-se estável, com uma relação de 3,2 vezes o Ebitda, em linha com o período anterior. A empresa diz que a geração de caixa apresentou um crescimento significativo, atingindo R$ 252 milhões nos últimos três meses do ano, um aumento de 89,6%.
Em relação aos custos, o valor total da dívida ajustada da Ânima foi de R$ 4,3 bilhões, conforme balanço. A Ânima diz que o aumento nominal da dívida líquida entre o 3T23 e 4T24, no valor de R$ 177,8 milhões, deveu-se, em parte, ao pagamento de dividendos a acionistas minoritários de controladas, que consumiu R$ 56,1 milhões em caixa. Além disso, a sazonalidade natural do ciclo de negócios, com atrasos de mensalidades, evasão e inadimplência de alunos, também implicou em consumo de caixa no quarto trimestre.
O caixa da Ânima encerrou o ano em R$ 139 milhões, uma redução significativa em comparação aos R$ 422 milhões registrados no ano anterior. Apesar dos desafios financeiros, a receita líquida da empresa apresentou um crescimento de 7,2%, totalizando R$ 905,7 milhões no último trimestre do ano. Por fim, o grupo encerrou o ano com 205 mil alunos nos cursos presenciais, uma queda de 3,9%; 126 mil na graduação EAD, representando um aumento de 17,8%, e 11,5 mil nos cursos de medicina, com um crescimento de 6,4%, de acordo com dados divulgados pela empresa.