Produção de automóveis deve subir 9% em 2022 e ficar abaixo do patamar pré-pandemia, diz Anfavea

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a Anfavea, prevê um crescimento de 9,4% na produção de automóveis leves e pesados para o ano de 2022.

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Os dados sobre a produção foram apresentados nesta sexta-feira (7). A entidade estima que 2,46 milhões de automóveis serão produzidos neste ano, abaixo ainda do nível pré-pandemia. Em 2019, a produção era de 2,9 milhões.

Do total de veículos produzidos em 2022, 2,26 milhões seriam carros leves, uma alta de 9,5% ante o número de 2021.

O presidente da associação, Luiz Carlos Moraes, destaca que a projeção considera que o problema atual que afeta as cadeias de produção, a escassez global de semicondutores, deve impactar o setor intensamente ao menos no primeiro semestre de 2022, e iniciará uma trajetória de melhora gradual ao longo deste e dos próximos anos.

Além disso, Moraes vê problemas também do lado da demanda.

“É uma previsão de crescimento moderado, enfrentando restrições de oferta de insumos, principalmente no primeiro semestre, mas também envolve algumas questões de demanda, com taxa de juros bastante alta e problemas no emprego”, aponta Moraes.

A Anfavea considera ainda um aumento de 8,5% nas vendas e de 3,6% nas exportações em 2022.

As projeções da associação consideram um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,5% em 2022, um desempenho positivo do agronegócio puxando a venda de veículos pesados, inflação acima da meta, taxa Selic em 11% e câmbio na casa dos R$ 5,50.

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Moraes listou como desafios de 2022 o fato de ser um ano eleitoral, o equilíbrio fiscal, aumento de custos com câmbio, juros e carga tributária, fragilidade do mercado de trabalho, questões logísticas e de oferta de insumos, além da possível extensão da crise sanitária com o surgimento de novas variantes da covid-19.

Produção de carros saltou 11% em 2021

A produção de veículos cresceu 11,6% em 2021, segundo o balanço da Anfavea. Foram fabricadas no ano passado 2,24 milhões de unidades, enquanto em 2020 as montadoras produziram 2,01 milhões de veículos.

Em dezembro a produção teve leve alta (0,8%) em relação ao mesmo mês de 2020, com a montagem de 210,9 mil unidades.

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“A gente conseguiu puxar a produção em dezembro, trazendo peças, falando com fornecedores, ligando para as nossas matrizes para disponibilizarem semicondutores, de tal forma que a gente pudesse entregar o máximo possível para atender a fila de espera”, disse Moraes.

As vendas tiveram alta de 3% ao longo do ano passado, com a comercialização de 2,12 milhões de unidades. Em dezembro, no entanto, foi registrada uma queda de 15,1% nas vendas em relação ao mesmo mês de 2020, com o licenciamento de 207,1 mil unidades.

Automóveis

A produção de automóveis e veículos comerciais leves teve alta de 8,7% em 2021, com a fabricação de 2,07 milhões de unidades. Em dezembro, a produção teve uma ligeira retração (0,4%) em relação ao mesmo mês de 2020, com a montagem de 197,1 mil unidades.

As vendas desses segmentos registram uma pequena queda (1%), com a comercialização de 1,72 milhão de automóveis e veículos comerciais leves. Em dezembro, a retração nas vendas chegou a 22,3% em comparação com o mesmo mês de 2020.

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Caminhões e veículos pesados

A produção de caminhões teve alta de 74,6% em 2021. Foram fabricadas ao longo do ano passado 158,8 mil unidades. Em dezembro, a produção de caminhões ficou em 12,4 mil unidades, 18,2% a mais do que o mesmo mês do ano anterior.

As vendas de caminhões cresceram 43,5% ao longo do ano passado, com a comercialização de 128,7 mil unidades do segmento. Em dezembro, os licenciamentos tiveram expansão de 20,8%, com a venda de 11,8 mil unidades.

As exportações de veículos cresceram 16% em 2021 em comparação com o ano anterior, com a comercialização de 376,4 mil unidades para o exterior. Em dezembro, o crescimento ficou em 8,3% em relação ao mesmo mês de 2020, com a exportação de 41,6% unidades.

A indústria automotiva chegou ao final do ano passado com 103,3 mil funcionários, uma retração de 1,5% em relação a novembro de 2020 e de 0,2% comparando com o nível emprego no final de 2020.

Moraes atribuiu a redução à adoção de planos de demissão voluntária em algumas empresas que produzem automóveis e ao encerramento de contratos temporários de trabalho.

Com informações do Estadão Conteúdo e da Agência Brasil

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Eduardo Vargas

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