André Brandão renuncia à presidência do Banco do Brasil (BBAS3)
O presidente do Banco do Brasil (BBAS3), André Brandão, entregou nesta quinta-feira (18) pedido de renúncia ao cargo, comunicou a estatal em fato relevante.
André Brandão já estava na mira do presidente Jair Bolsonaro há algumas semanas, desde o Banco do Brasil anunciar o fechamento de mais de 300 agências em todo o País.
À época, o chefe do Executivo pediu a demissão do presidente do BB por não concordar com tais medidas de fechamento de agências e com o plano de reestruturação da empresa de “menos é mais”, argumentando em favor de “um lado social.”
André Brandão, chamado justamente para a missão de tocar uma agenda de desinvestimentos e de enxugamento do Banco do Brasil, foi salvo pela equipe econômica do governo federal, liderada pelo ministro Paulo Guedes, que reuniu esforços para mantê-lo.
Mesmo assim o executivo passou por um processo de desgaste por parte do Palácio do Planalto.
“Os rumores de sua demissão juntamente com o evento da demissão de Castelo Branco na Petrobras, já corrigiram o valor das ações de BBAS3, mas a recente demora gerou um sentimento de que havia, para parte dos investidores, possibilidades de Brandão permanecer”, disse a Ativa Investimentos em comentário a clientes.
Tal Petrobras, qual Banco do Brasil
A saída de André Brandão da chefia do banco estatal quase coincide com a demissão do presidente da Petrobras (PETR4), Roberto Castello Branco.
Insatisfeito com a política de preços da petroleira, Jair Bolsonaro também decidiu retirar o CEO da petroleira, sob a narrativa de que esse tipo de medida terá “consequências”.
O general da reserva Joaquim Silva e Luna, mais um militar convocado para ocupar um posto de alto escalão, foi aprovado ontem para ocupar a presidência do conselho de administração.
“Enxergamos a notícia como negativa e esperamos que as ações do banco devem sentir o impacto da notícia no pregão de amanhã”, completou a Ativa.
Bolsonaro deve indicar o novo presidente do Banco do Brasil em breve, cujo nome ainda deverá passar pelo crivo do conselho de administração. “Fatos adicionais, julgados relevantes, serão prontamente divulgados ao mercado”, disse a instituição financeira.
Este será o terceiro do Banco do Brasil em menos de nove meses.