A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) cortou as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019 e 2020. O anuncio da revisão para baixo da previsão foi realizado nesta quarta-feira (8).
A Anbima passou de uma previsão de crescimento do PIB em 2019 de 2% para 1,5%. Esse é a terceira redução seguida da previsão de escansão da economia brasileira. Em dezembro do ano, a associação previa um crescimento de 2,8%.
A Anbima também cortou a previsão do PIB para 2020, que passou de um crescimento de 3% para 2,5%.
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O Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da associação informou em relatório afirma que, “mantidas as condições atuais da economia, poderão ser feitas novas revisões que reduzam as previsões de crescimento”.
“O grau de ociosidade e a falta de fatores indutores não indicam a possibilidade de uma aceleração mais sustentada no ritmo de crescimento no curtíssimo prazo”, aparece no documento.
Para a Anbima, essa revisão pessimista do cenário econômico foi provocada, em parte, por causa das dúvidas sobre o tempo necessário para a tramitação da reforma da Previdência no Congresso.
“Até a possível aprovação, a expectativa é que permaneça um baixo dinamismo na atividade econômica”, informou a associação.
Além disso, a Anbima prevê uma queda de 1,3% da produção industrial entre fevereiro e março, no cálculo livre de fatores sazonais. Um resultado negativo que reforçou a projeção de estabilidade do PIB no primeiro trimestre de 2019, sempre no cálculo dessazonalizado.
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Sobre a inflação, a Anbima prevê um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2019 em leve alta, de 3,8% para 4%.
Boletim Focus também cortou previsão de crescimento do PIB
Os economistas entrevistados pelo Banco Central (BC) para o Boletim Focus reduziram mais uma vez a previsão de crescimento do PIB em 2019. Pela primeira vez, no Boletim divulgado na última segunda-feira (6), a expansão da economia brasileira está prevista abaixo de 1,5%.
Segundo os analistas do mercado financeiro, o PIB brasileiro crescerá de apenas 1,49% em 2019. Essa é a décima semana seguida de redução do PIB no Boletim Focus. No começo do ano era previsto um crescimento 2,6% para este ano.
As previsões de crescimento para 2020 permaneceram estáveis, em 2,50%, mesmo crescimento para o PIB de 2021 e de 2022.
Itaú e Bradesco também reduziram previsão
O Itaú e o Bradesco reduziram as projeções para o PIB do primeiro trimestre. Além disso, os bancos aumentaram o receio em relação à atividade econômica do segundo trimestre.
De acordo com as estimativas do Itaú, o PIB de 2019 deveria ser de 1,3%, contra os 2% da estimativa anterior. O banco prevê que a economia brasileira deveria registrar uma retração de 0,2% no primeiro trimestre de 2019. Anteriormente, o banco havia projetado uma queda de 0,1%. Se confirmada, essa será a primeira após oito trimestres de crescimento.
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Já o Bradesco informou por meio de relatório que a baixa na produção industrial foi maior que o esperado. “Com isso, a nossa estimativa de variação do PIB de -0,1% no primeiro trimestre tem um viés baixista”, admite em relatório.