Anbima e CVM alertam a população sobre os riscos de fraudes financeiras
A Anbima (Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais) em colaboração com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) realizou uma experimento que aponta que 48% dos internautas que clicaram em um anúncio de uma corretora de valores fictícia poderiam ter sido vítimas de um golpe financeiro.
Segundo a Anbima, o experimento faz parte de uma iniciativa contínua para alertar a população sobre os riscos de fraudes financeiras. O objetivo principal dessas iniciativas é educar o público sobre como identificar e evitar fraudes financeiras, reforçando a importância da cautela e da educação financeira contínua.
O experimento da Ambima utilizou uma página online que simulava uma corretora de criptomoedas, projetada para evidenciar sinais típicos de fraude. Entre os indícios de potencial golpe estavam promessas de lucros altos e garantidos, aumento rápido do patrimônio, erros gramaticais nos textos, ausência de informações essenciais como o CNPJ da empresa, dados divergentes e incentivos para a participação em esquemas de pirâmide financeira.
Mesmo com essas evidências, mais de 49 mil dos 104 mil visitantes únicos do site demonstraram interesse em investir na falsa corretora. No entanto, ao clicar nos links da página, os usuários eram redirecionados para um conteúdo educativo, que os alertava sobre a possível fraude e fornecia orientações sobre como se proteger contra golpes semelhantes.
“Primeiramente, é essencial verificar a autenticidade de qualquer plataforma de investimento. Instituições legítimas devem estar registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Acesse o site da CVM para confirmar se a corretora ou empresa está autorizada a operar. Além disso, informações básicas como CNPJ, endereço físico e contato devem estar claramente disponíveis no site da instituição”, explica Wanessa Guimarães, sócia da HCI Invest e planejadora financeira CFP pela Planejar
“No mundo dos investimentos, altos retornos estão geralmente associados a altos riscos. Propostas que garantem lucro sem risco são um grande indicativo de fraude. Além disso, fique atento a erros gramaticais e a um design amador do site, pois esses são sinais comuns de plataformas fraudulentas”, acrescenta Guimarães.
Experimento da Anbima: “Educação Financeira é a melhor defesa contra golpes”, diz especialista
Como solução, Guimarães destaca que a educação financeira é uma ferramenta poderosa contra fraudes. “Investir tempo em aprender e entender o mercado financeiro pode salvar você de muitas armadilhas. Recursos educacionais podem ser encontrados em plataformas de educação financeira, blogs, cursos online e através de consultoria com profissionais qualificados”, afirma.
Ela ainda recomenda sempre utilizar canais oficiais de comunicação para qualquer dúvida ou verificação. “A cautela deve ser sua companheira constante no mundo dos investimentos. A conscientização e o conhecimento são as melhores defesas contra as armadilhas dos fraudadores. Por isso, manter-se informado e atualizado sobre as práticas de segurança financeira é essencial para proteger seu patrimônio e sua tranquilidade”, conclui Guimarães.
Mercado de capitais: ofertas crescem 50,6% no bimestre, diz Anbima
As ofertas no mercado de capitais chegaram a R$ 43,2 bilhões em fevereiro, registrando um aumento de 170,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Anbima. No primeiro bimestre, o volume captado atingiu R$ 64 bilhões, com alta de 50,6% ante o mesmo período de 2023.
“Vários instrumentos apresentaram crescimento neste início de ano. Isso mostra parte do potencial do mercado de capitais em um momento de expectativa por mais cortes na Selic e a busca dos investidores por diversificação de suas carteiras, o que já se reflete no apetite por ativos mais sensíveis à taxa de juros”, afirma Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da entidade.
As ofertas de debêntures mais uma vez lideraram as captações, somando R$ 22,4 bilhões em fevereiro, com um salto de 237,1% ante o mesmo mês do ano passado, e R$ 30,7 bilhões no bimestre, com crescimento de 21,1% no confronto com igual intervalo em 2023.
A maioria das emissões de debêntures no acumulado deste ano foi direcionada para gestão ordinária dos negócios (32,2%) e investimentos em infraestrutura (16,9%). O prazo médio dos papéis ficou em 6,79 anos, patamar bem próximo do contabilizado no mesmo período do ano passado (6,95 anos), segundo a Anbima.