Avianca: Anac deve retomar slots colocando ponto final nas operações da aérea

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deve retomar os slots (permissões de pousos e decolagens) da Avianca nesta semana. A decisão será tomada em uma reunião que será realizada pela agência.

Dessa forma, caso a Anac decida retomar as permissões, o leilão dos slots da Avianca marcado para o dia 10 de julho não acontecerá. O principais ativos da empresa são as autorizações nos aeroportos de Congonhas (SP) e Galeão (RJ).

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A Anac quer retomar os slots da companhia aérea por conta do inflacionamento do mercado.

Há cerca de um mês, em 24 de maio, a Anac suspendeu todos os voos da Avianca Brasil. Após o encerramento das operações companhia, a alta no preço das passagens foi de 30,9% em abril em relação ao mesmo mês no ano anterior, chegando a um valor médio de R$ 445,85.

Alta das passagens

A alta mostra que as concorrentes se aproveitaram da menor competição do mercado para aumentar os valores de seus bilhetes.

  • Gol aumento de 38,2%
  • Latam aumento de 41,4%
  • Azul aumento de 19%

Além disso, a ponte aérea Rio-São Paulo, rota mais disputada entre as empresas, viu seus preços dispararem. Nesta rota, o aumento foi de 72%, ficando com um valor médio de R$ 384,21. Enquanto isso, o trajeto Rio e Salvador teve alta de 84,09% sendo avaliado em uma média de R$ 625,84.

Agora, o futuro da aérea está nas mãos da Agência que vai comunicar nesta semana o juiz da 1ª Vara de Falência da Justiça de São Paulo, João de Oliveira Rodrigues Filho, que cuida da recuperação judicial da Avianca sobre a decisão.

Saiba mais: Cade preocupa-se com distribuição dos slots de Congonhas da Avianca

Crise da Avianca

A Avianca é a quarta maior companhia aérea do Brasil e está em recuperação judicial desde dezembro 2018. O pedido foi registrado na 1ª Vara Empresarial de São Paulo em 10 de dezembro, após crescentes prejuízos e atrasos em pagamentos de arrendamento de aeronaves.

A companhia aérea controlava 13% do mercado nacional e tinha registrado um crescimento forte nos últimos anos.

Os cancelamentos nos voos são um reflexo da entrega dos aviões às empresas de leasing. A frota da companhia aérea já chegou a 40 aeronaves em 2018. Hoje opera com menos de 5 aviões.

Por causa da falta de pagamento, os credores apresentaram recursos para a Anac. A agência recebeu pedidos por retirar as aeronaves operadas pela empresa do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB).

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Além da perda de aeronaves por conta da inadimplência, a Avianca também deixou de pagar seus funcionários. Antes da crise, a empresa possuía 5,3 mil funcionários, deles 617 eram pilotos e 1,1 mil comissários.

Renan Bandeira

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