A Americanas (AMER3) registrou lucro líquido no quarto trimestre de 2021 de R$ 489,7 milhões, alta de 20,5% ante o mesmo intervalo em 2020, anunciou a companhia nesta quinta (24).
O resultado, porém, foi impactado pela provisão de Imposto de Renda diferido, de R$ 143,8 milhões. Assim, o lucro líquido ajustado recorrente foi de R$ 345,9 milhões. Como o balanço é referente ao período entre outubro e dezembro do ano passado, os números ainda não refletem os impactos do ataque hacker sofrido pela empresa, que deixou o site fora do ar por vários dias.
No ano, o lucro líquido da Americanas atingiu R$ 730,9 milhões, crescimento de 131,9% comparado ao resultado de 2020, quando obteve R$ 315 milhões.
Já a receita líquida da Americanas no último trimestre foi de R$ 9,09 bilhões, 21,7% maior que o número obtido no mesmo período do ano anterior. Em 2021 totalizou R$ 27,5 bilhões, que supera 2020 em 28,3%.
No Ebitda ajustado (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o resultado foi de R$ 1,072 bilhão, queda de 10,8% em relação ao apresentado no período equivalente de um ano atrás. A margem bruta da companhia foi de 29,7%, queda de 3,5 pontos porcentuais; enquanto a margem Ebitda foi de 11,8%, queda de 4,3 pontos porcentuais.
O resultado financeiro líquido da Americanas atingiu R$ 290,7 milhões no 4T21, crescimento de 37,4% em relação ao 4T20. Em 2021, o resultado financeiro líquido atingiu R$ 709,6 milhões, alta de 31,8% em relação a 2020.
Em 31 de dezembro, a dívida líquida da Americanas atingiu R$ 1,8 bilhão. “Como parte do plano de otimização da estrutura de capital da companhia, a dívida bruta foi reduzida em R$ 6,7 bilhões”, destacou a companhia.
Americanas: volume de vendas tem alta de 28,3%
No quarto trimestre de 2021, o volume bruto total de vendas (GMV) da Americanas foi de R$ 18,1 bilhões, um crescimento de 28,3% em relação ao mesmo período de 2020. O número inclui o GMV de lojistas virtuais do marketplace da companhia, que somou R$ 7,3 bilhões, com alta de 40,6%.
A receita bruta digital do estoque próprio da empresa foi de R$ 5,9 bilhões, crescimento de 31,1% ante os três últimos meses do ano anterior. Já a receita bruta das lojas físicas foi de R$ 4,9 bilhões, expansão de 10,7%.
O crescimento no conceito “mesmas lojas” foi de 4,1% no trimestre, sendo que 14% da área de venda das lojas físicas operou com restrições de funcionamento em função da pandemia.
Para o CEO da companhia, Miguel Gutierrez, o quarto trimestre de 2021 marcou o início da colheita dos benefícios da combinação dos dois negócios: Lojas Americanas e B2W. “Somamos agora 51 milhões de clientes ativos – número que indica que nossa marca faz parte hoje da vida de todas as famílias brasileiras”, afirmou no documento de balanço.
O CEO também reforça que o maior sortimento da empresa a tornou mais resiliente ao cenário macroeconômico, o que analistas já haviam previsto. “Mas também creditamos esse resultado a um modelo que seguimos ao longo de toda a nossa história: o amplo sortimento de 137 milhões de itens, com foco em oferecer mais conveniência para os clientes e menos dependência de eletroeletrônicos”, escreveu.
“Em tempos em que o poder de compra da população está comprometido, essa diversificação nos deixa mais relevantes, porque conseguimos participar de mais momentos de consumo do cliente. O ticket médio é menor, mas a recorrência é maior. Ao longo de décadas, a Americanas mostrou que estar presente na vida do brasileiro desta forma é um diferencial. Recorrência é o nome do jogo. E resiliência é o resultado”, concluiu.
A plataforma de e-commerce também apresentou crescimento de 36,2% no 4T21, ganho de R$ 3,5 bilhões ante 4T20). Em 2021, o crescimento foi de 43,6%.
A varejista também comentou a queda recente de seus sites, que ficaram fora do ar desde domingo passado (20).
“Na quarta-feira (23/02), começamos a restabelecer gradualmente nossos ambientes de e-commerce, sempre observando os devidos protocolos de segurança. No entanto, para a completa apuração e entendimento do incidente, a investigação deve continuar pelas próximas semanas. Não há evidências de outros danos, além do fato determos ficado com nossas operações de e-commerce suspensas”, comentou o balanço da Americanas.
Com Estadão Conteúdo