Às vésperas da estreia da nova temporada do Big Brother Brasil (BBB), a Americanas (AMER3) desistiu de patrocinar o principal reality show do país. Segundo informações divulgadas nesta sexta (13), a varejista se reuniu com a direção da Globo pela manhã para anunciar sua saída do time de patrocinadores do programa. A decisão ocorre após a revelação de um rombo de R$ 20 bilhões na companhia. Com a saída, o Mercado Livre (MELI34) assumiu a cota.
A varejista era detentora, desde a última edição, da cota mais cara de patrocínio do programa, com um custo de mais de R$ 105 milhões, fora demais encargos para realização de ações dentro e fora do programa. A informação foi antecipada pelo jornal O Estado de São Paulo e confirmada pelo Suno Notícias com a empresa.
“A Americanas S.A. informa que cancelou sua participação no BBB 23. Neste momento, a companhia está focada na gestão do negócio e no propósito de oferecer a melhor experiência a seus clientes, parceiros e fornecedores. A TV Globo segue como relevante parceira na estratégia de marketing e comunicação da Americanas S.A.”, informou a companhia em nota para a reportagem.
Com a saída da Americanas, abriu-se espaço para que outras empresas assumam a maior cota de patrocínio do BBB 23. Ao Estadão, o Mercado Livre (MELI34) confirmou que é a nova titular da cota master. Procurado pelo Suno Notícias, a empresa ainda não se pronunciou.
Vale lembrar que um grupo de agências que representam empresas de ecommerce chegou a pleitear a vaga assim que soube da desistência da Americanas, mas foi surpreendido com a notícia vinda da Globo de que a gigante argentina do comércio eletrônico já estaria com as negociações fechadas.
Rombo na Americanas
Em fato relevante divulgado na quarta (11), a Americanas disse que detectou inconsistências nos lançamentos contáveis estimadas no total de R$ 20 bilhões, com data-base em 30/09/2022. O montante apontado é maior que o valor de mercado da própria varejista na Bolsa, que até então era de R$ 10 bilhões.
Sérgio Rial, que havia assumido o comando a empresa no início do ano, deixou o cargo em menos de dez dias. Na apresentação ao mercado sobre o rombo na Americanas, o ex-Santander Brasil (SANB11) evidenciou que a varejista precisará do aporte de “alguns bilhões”. O executivo atuará como assessor dos acionistas de referência (3G Capital) durante a apuração do caso.
A “inconsistência contábil” caiu como uma bomba no mercado e, na quinta (12), a empresa viu R$ 8,37 bilhões do seu valor de mercado virarem pó. As ações da Americanas encolheram 77,33% na bolsa de valores. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu três processos para apurar o caso.
Segundo o jornal Valor Econômico, a varejista estuda uma solução rápida para conseguir cobrir esse rombo e uma das possibilidades é uma oferta subsequente de ações (follow-on) com a garantia de compra de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, do 3G Capital. A decisão deve ser tomada nesta sexta (13).
Para os analistas ouvidos pelo Suno Notícias, o aporte do 3G Capital é visto como uma possível garantia de que a Americanas não declare falência.
Com Estadão Conteúdo