O advogado Cristiano Zanin, responsável pela defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato, foi contratado pela Americanas (AMER3). Segundo informações divulgadas nesta terça (31), ele representará a varejista no processo que corre no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra o BTG Pactual (BPAC11).
O banco de André Esteves é um dos mais ferozes na disputa contra a companhia, que está em recuperação judicial. Na semana passada, o BTG Pactual conseguiu uma liminar no STJ que manteve o bloqueio de R$ 1,2 bilhão de recursos retidos da rival do Magazine Luiza (MGLU3).
Segundo a lista de credores da Americanas, o BTG tem a receber R$ 3,5 bilhões. A instituição financeira foi uma das primeiras a levar o caso à Justiça após a revelação das inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões na companhia de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
Após a empreitada jurídica do BTG, outros bancos também bloquearam recursos da empresa. Sem saída, ela teve que pedir recuperação judicial às pressas para não quebrar.
Americanas: Empréstimo com “nome sujo”
Enquanto a recuperação judicial segue em andamento, a Americanas estuda realizar um empréstimo-ponte para empresas com problemas, ferramenta conhecida como DIP. O crédito seria em torno de US$ 2 bilhões, sendo que metade teria que ser aportada por Lemann, Telles e Sicupira.
Em recuperação judicial com R$ 43 bilhões em dívidas, a varejista está em situação delicada para conseguir dinheiro nos bancos. E, de acordo com as fontes do Estadão/Broadcast, será ainda mais difícil conseguir os recursos sem a participação dos bilionários.
Segundo a reportagem, o aporte pode sair nos próximos dias e as conversas já estão sendo feitas, inclusive com fundos nacionais e internacionais que compram papéis de empresas com problemas.
Nesse cenário, uma das possibilidades é de que a Americanas ofereça algumas das suas unidades de negócio como garantia aos novos credores.
O empréstimo bilionário na Americanas seria uma forma de manter a companhia em funcionamento, mas só no curto prazo, de acordo com as fontes.
Enquanto o plano de recuperação judicial não é formatado e iniciado, a Americanas fica nessa corda bamba para manter sua atividade, pagar funcionários e seguir tendo estoque.
Com Estadão Conteúdo