Diante de um prejuízo de R$ 212 milhões, registrado pela Americanas (AMER3) no terceiro trimestre de 2022, os analistas da XP mantiveram recomendação neutra para a varejista, a um preço-alvo de R$ 20 por ação.
“A empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 212 milhões, ante nossas estimativas de perdas de R$ 344 milhões. O resultado da Americanas teve efeito não recorrente de créditos fiscais positivo no trimestre, enquanto o fluxo de caixa livre ficou negativo em R$ 2,1 bilhões, impactado pela pior dinâmica do capital de giro, (principalmente em fornecedores) e menores descontos de recebíveis praticados no trimestre”, destacou o documento.
De acordo com o relatório, a queda de 8% na comparação anual foi puxada pela fraca performance do e-commerce da Americanas. Em contrapartida, o varejo físico apresentou um crescimento de 12%, influenciado pelo crescimento inorgânico da companhia, enquanto as vendas das mesmas lojas (SSS) da LASA vieram negativas em 3%.
“Essa performance pode ser explicada pelo efeito negativo do cenário macro mais desafiador na demanda por eletrônicos, que levou a uma queda no ticket médio da companhia”, explicaram os especialistas do banco de investimentos.
Em relação à rentabilidade, a margem bruta da Americanas registrou uma expansão de 0,5 pontos percentuais, indo em linha com a estratégia da varejista de dar prioridade aos rendimentos sobre crescimentos.
Já o Ebitda, sigla em inglês lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, em meio a vários ajustes que a companhia executou em sua estruturação, sofreu uma queda de 1,1 ponto porcentual. No entanto, no próximo trimestre, os especialistas da XP acreditam que o cenário será positivo.
Além disso, os analistas destacaram que a Americanas reportou pela primeira vez os resultados financeiros do aplicativo AME e de outros negócios, com Ebitda positivo de R$ 41,5 milhões e lucro líquido de R$ 20 milhões.
Na agenda ESG, a empresa continua avançando, com destaque para a parceria com a Fundação Amazônia Sustentável, o Projeto Americanas na Favela e o treinamento de mais de 40 mil colaboradores em letramento racial.
O mercado reagiu mal ao balanço do 3T22 das Americanas. As ações da empresa caíram 3,4% no pregão desta sexta (11), negociadas a R$ 12,21.