Americanas (AMER3) sofre no 2T22, mas analistas veem o “melhor desempenho do setor”

A Americanas (AMER3) reportou resultados mistos no 2T22 na visão de analistas do Goldman Sachs, XP Investimentos e Genial Investimentos.

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O prejuízo líquido da Americanas no 2T22 totalizou R$ 98 milhões, alta de 15,6% em relação ao mesmo período em 2021. Segundo a Genial e a XP. o resultado foi decorrente da elevação da taxa Selic, que fez com que as despesas financeiras dobrassem anualmente.

O mercado faz mais uma vítima das despesas financeiras“, afirmou a Genial, em relatório que analisou o resultado do 2T22 da Americanas.

A XP Investimentos destacou a melhora no desempenho do comércio em lojas físicas e rentabilidade, apesar de queda de 1P (estoque próprio) e a queima de caixa no trimestre, com recomendação “neutra” para as ações da Americanas e preço-alvo de R$ 21.

O Goldman Sachs manteve recomendação “neutra” para os papéis, com o preço-alvo de R$ 19.

“A Americanas apresentou o melhor resultado operacional do setor, com crescimento em receitas e em margens” disse a Genial, mais otimista com o resultado da companhia, conferindo recomendação de compra e preço-alvo de R$ 31.

A retomada do varejo físico, o lucro operacional da Ame Digital e o ganho de eficiência com a combinação de negócios foram os pilares do “forte” resultado da varejista, na avaliação da corretora.

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“Em relação aos seus pares, entendemos que o cenário é mais favorável para Americanas, dada a sua posição mais generalista e a relevância de seu mix de produtos no cenário atual”, disse o analista Iago Souza, da Genial.

A XP e a Genial compararam o crescimento do GMV (volume bruto de mercadorias) total de 10,4% ante o 2T21, comparado com o de 1,3% do Magazine Luiza (MGLU3) e a queda de 0,8% da Via (VIIA3), no mesmo âmbito.

Além disso, a XP pontuou o sortimento mais resiliente, recuperação sólida do canal físico, com o GMV físico crescendo 27% para R$ 3,5 bilhões, e as vendas nas mesmas lojas, com aumento de 10% na receita bruta.

A corretora estima um crescimento orgânico próximo a 12% para a Hortifruti Natural da Terra, que teve consolidação de resultados no 2T22.

No lado negativo do resultado da Americanas, a XP comentou a queda de 7,6% ano a ano do estoque próprio, ou 1P, para R$ 4,4 bilhões, mas compensada pelo crescimento das vendas de 18,3% com estoques de terceiros, que totalizaram R$ 6 bilhões.

Por outro lado, a Genial viu como positiva a queda do 1P, a “menor do setor’, graças à menor exposição na chamada “linha branca”.

A margem Ebitda da Americanas subiu 2,2 pontos percentuais contra o 2T21, para 12,6%,  a qual a XP atribuiu à captura de sinergias da combinação de negócios entre Lojas Americanas e B2W, evolução do Ebitda da AME Digital que totalizou R$ 8,5 milhões no 2T22, atingindo patamares positivos, e a integração das companhias adquiridas.

O Goldman Sachs observa que a Americanas ficou aquém em vendas, com retração de 3% comparado com o consenso da Bloomberg, mas com o Ebitda em linha do esperado.

As vendas da varejista totalizaram R$ 13,9 bilhões no 2T22, subindo 10,4% anualmente, enquanto o Ebitda ajustado, ou lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, atingiu R$ 843,2 milhões, desempenho positivo de 29,2%.

O grupo financeiro afirmou que, embora as ações tenham desabado 21% em julho, acredita que os investidores podem continuar focando na geração de caixa, que permaneceu negativa no trimestre, em R$ 1,6 bilhão, comparada com R$ 1,3 bilhão no 2T21.

Cotação da Americanas

As ações da Americanas fecharam em queda de 2,41% nesta sexta-feira (12), cotadas a R$ 12,96.

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Ana Clara Macedo

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