Foi revelado que os diretores da Americanas (AMER3) venderam R$ 244 milhões em ações varejista ao longo do segundo semestre de 2022, meses antes da revelação do escândalo contábil em janeiro deste ano. As informações são da Coluna do Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Os detalhes sobre a cifra vieram à tona pela primeira vez desde a revelação do rombo na Americanas, já que até então só se sabia que os diretores haviam vendido os papéis, mas não quanto.
Segundo a coluna, o ex-CEO, Miguel Gutierrez, vendeu R$ 156 milhões em ações da Americanas. Enquanto isso, Anna Saicali e Thimoteo Barros, venderam R$ 59 milhões e R$ 20 milhões, respectivamente.
A menor venda foi de Marcio Cruz, que vendeu um montante que chegou a R$ 5,6 milhões.
Estrago causado por fraude da Americanas foi de R$ 25,3 bilhões
A fraude contábil ‘inflou’ o resultado da varejista em R$ 25,3 bilhões. É o que diz a gestão da empresa um dia após admitir que houve indícios de fraude por meio de fato relevante.
Agora, a Americanas comunica que foram R$ 21,7 bilhões provenientes da fraude em contratos artificiais de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC), ante R$ 3,6 bilhões de impacto dos não lançamentos de juros sobre operações financeiras.
Já no caso das cifras do balanço patrimonial da empresa, a gestão vê outros impactos bilionários e com ‘anulação’ entre alguns custos operacionais,
“Contrapartidas contábeis dos contratos de VPC artificialmente criados e lançamento incorreto dos juros sobre operações financeiras mencionados acima, ambos contabilizados na forma de lançamentos redutores da conta de fornecedores, totalizando os saldos de R$17,7 bilhões e R$3,6 bilhões, respectivamente”, diz o comunicado da varejista.
Por outro lado, a contratação de operações de financiamento de compras (risco sacado, forfait ou confirming) de R$18,4 bilhões e de capital de giro de R$2,2 bilhões, ambas foram inadequadamente contabilizadas.
“Em relação ao impacto na rubrica de fornecedores, os efeitos praticamente se anularam, resultando numa redução líquida de apenas R$0,7 bilhão em 30 de setembro de 2022”, observa a varejista.
Com a fraude e minoração de custos, ao fim de setembro de 2022 a dívida da Americanas estava R$ 20,6 bilhões menor do que deveria, segundo os cálculos internos.
“Os entendimentos acima, preliminares e sujeitos a alterações, foram oriundos dos resultados dos trabalhos de refazimento das demonstrações financeiras históricas da Companhia e do Relatório apresentado por seus Assessores”, destaca a Americanas.