Americanas (AMER3): STF decide que ex-CEO terá que depor à CPI, mas permite silêncio, diz jornal

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, decidiu que o ex-diretor-presidente da Americanas (AMER3), Miguel Gutierrez, deve comparecer à CPI que investiga as fraudes contábeis na varejista, mas que poderá permanecer em silêncio, segundo apuração do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

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Segundo a publicação, a defesa de Gutierrez solicitou o silêncio por ele ser alvo de investigações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Polícia Federal (PF).

Mendonça determinou ainda que, ao ser sabatinado na Câmara, o ex-executivo da Americanas tenha direito ao auxílio de um advogado e não sofra constrangimentos físicos ou morais ao fazer uso do benefício do silêncio, diz a reportagem.

Americanas: Fraude envolveu ao menos 30 funcionários

Em junho, o atual presidente da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, disse à CPI que a fraude contábil envolvendo os balanços da empresa teve a participação de ao menos 30 funcionários.

O presidente da Americanas chegou a apresentar uma relatório de uma investigação independente que ocorre na companhia. Documentos como esse revelaram que a fraude contábil ‘inflou’ o resultado da varejista em R$ 25,3 bilhões.

Além disso, os relatórios indicam participação da ex-diretoria da empresa nos atos fraudulentos, tal como no esforço em ocultá-los. Os diretores, tal como o antigo CEO, foram afastados.

Até então, segundo Coelho, as fraudes não envolvem nem os acionistas de referência – que incluem Lemann, Telles e Sicupira – nem o Conselho de Administração da companhia.

Um dos ex-diretores, José Timotheo Barros, emitiu nota rebatendo as acusações, citando que “o fato relevante informado ao mercado na data de ontem (terça-feira) contém inverdades e faz acusações que precisarão ser provadas”.

“No mesmo dia, baseado em documento elaborado de modo parcial para perturbar as apurações, trechos do que seria parte de relatório de investigação feita pelos advogados da empresa (não pelo comitê independente) foram mostrados de maneira leviana em comissão do Congresso Nacional, apresentando meras opiniões de suspeitas como verdades”, diz o pronunciamento.

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Americanas demitiu 1,4 mil funcionários entre os dias 17 e 24 de julho

Americanas informou ao mercado que desligou 1.404 funcionários na semana entre os dias 17 e 24 de julho, de acordo com um documento divulgado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

No comunicado, a varejista afirmou também que até o último domingo (23), tinha 35.741 colaboradores. As demissões ocorreram na Americanas S.A, não havendo desligamentos na ST Importações.

A Americanas disse ainda que, na última semana, encerrou as operações em uma loja localizada em Campo Grande (MS) e que até o último domingo, tinha 1.825 lojas em atividade.

Entre os dias 17 e 24 de julho, a varejista efetuou R$ 356 milhões em pagamentos e somou R$ 344 milhões em recebimentos.

Em nota enviada ao Suno Notícias, a Americanas informou que, diante da reestruturação de algumas frentes de negócio a partir de seu plano de transformação, realizou o desligamento de colaboradores. A companhia informou, ainda, que segue com foco na manutenção de suas operações e no aumento de sua eficiência.

“A Americanas reforça seu comprometimento com a transparência na relação com os sindicatos, mantendo-os informados dos movimentos de reestruturação, assim como garante o cumprimento integral e tempestivo de suas obrigações trabalhistas, na forma da legislação vigente”, pontuou.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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