Com a nomeação de Sergio Rial como novo presidente da Americanas (AMER3), a XP Investimentos e o Itaú BBA lançaram relatórios sobre suas perspectivas para as ações da rede de varejo.
O Itaú BBA viu a substituição de Miguel Gutierrez na Americanas como positiva e acredita que o mercado também deve ver a mudança como um passo na direção certa. No primeiro dia após o anúncio de Rial como novo CEO as ações da Americanas dispararam 22,49%.
A XP destacou o background de Rial com características de gestão focada em controle de custos, liderança motivadora e inspiracional, capacidade de destravar valor em ativos estratégicos – com a Ame Digital como oportunidade mais clara, no caso das Americanas. Mencionou ainda o “sólido histórico de execução, facilitando o benefício da dúvida por parte dos investidores, em termos de entrega de resultados futuros”.
As características de Rial, na visão da XP, serão chave para suportar a transformação em curso da Americanas, além de trazer mudanças estruturais no processo de transformação cultural da varejista.
Entretanto, a XP rebaixou o preço-alvo das ações da Americanas para R$ 20, contra R$ 21 anteriormente. Os analistas aguardam os próximos passos da Americanas antes de mudar sua posição.
“Mantemos nossa recomendação neutra, pois preferimos estar expostos a outros varejistas com uma relação de risco/retorno mais equilibrada e com níveis de valuation similares”, explicam os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt.
Além disso, a XP avalia que existem desafios para os resultados de curto prazo da Americanas, com o lançamento escalonado do 5G impactando as vendas de smartphones, a Copa do Mundo como um risco no quarto trimestre do ano, com o ambiente competitivo permanecendo desafiador.
O Itaú BBA afirma que é provável que a ação da Americanas suba. “Sentimos que este ativo foi deixado por investidores e analistas nos últimos trimestres”, disseram os analistas Thiago Macruz, Maria Clara Infantozzi e Gabriela Moraes.
O time analisa que a volatilidade do mercado, junto aos problemas de comunicação, fez com que o ativo da Americanas negociasse abaixo de todo o seu potencial.
Assim, os analistas acreditam que mais investidores provavelmente darão à ação da varejista o benefício do dúvida e assumirão que mais valor pode ser extraído desse papel em breve.
“Nosso estimativas atuais não refletem mais a dinâmica operacional contínua da empresa. Nem capturam adequadamente o valor da VEM – a joint venture com a Vibra (VBBR3) – e d aquisição do Hortifruti”, explica o Itaú BBA.
O banco vê o ativo da Americanas com múltiplo EV/EBITDA barato, com negociação perto de 5x EV/EBITDA em 2023.