O rombo na Americanas (AMER3) pode ser ainda pior do que os R$ 20 bilhões informados inicialmente pela varejista, na visão do BTG Pactual (BPAC11). Os analistas do banco retiraram as suas recomendações e colocaram o papel “em revisão”.
“Estamos alterando nossa classificação e preço-alvo da Americanas para ‘Em Revisão’ agora, enquanto aguardamos novos desenvolvimentos que possam melhorar nossa capacidade de avaliar o negócio”, destacaram os analistas do BTG Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Victor Rogatis em relatório publicado na quinta (12).
Antes, o BTG Pactual tinha como preço-alvo das ações da Americanas o valor de R$ 29. Na quarta (11), as ações fecharam o pregão em R$ 12 e, na quinta (12), desabaram para R$ 2,72 devido ao escândalo contábil.
“Nosso entendimento é de que mesmo os R$ 20 bilhões em inconsistências estimadas são preliminares e, como as práticas contábeis aparentemente são comuns há muitos anos, pode levar algum tempo até que o comitê independente e os auditores externos cheguem a um número final que reflita com precisão o balanço e posição de alavancagem da Americanas”, destacaram.
O time do BTG também não descarta um cenário em que seja necessário injetar capital ou realizar outra fonte de financiamento adicional nos próximos trimestres.
A falta de visibilidade de quão rápido esses problemas serão resolvidos e a retomada das operações normais tornam difícil o investimento hoje.
Americanas: próximos passos
Sérgio Rial, gestor que assumiu a empresa no início do ano e deixou o cargo em menos de dez dias, atuará como assessor dos acionistas de referência (3G Capital) durante a apuração do caso. Na apresentação ao mercado, Rial evidenciou que a Americanas precisará do aporte de “alguns bilhões”.
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A “inconsistência contábil” caiu como uma bomba no mercado e, na quinta (12), a empresa viu R$ 8,37 bilhões do seu valor de mercado virarem pó e encolheu 77,33% na bolsa de valores. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu três processos para apurar o rombo da Americanas.
Segundo o jornal Valor Econômico, a varejista estuda uma solução rápida para conseguir cobrir esse rombo e uma das possibilidades é uma oferta subsequente de ações (follow-on) com a garantia de compra de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, do 3G Capital. A decisão deve ser tomada nesta sexta (13).
Para os analistas ouvidos pelo Suno Notícias, o aporte do 3G Capital é visto como uma possível garantia de que a Americanas não declare falência.