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Americanas (AMER3): resultado do 4T21 não surpreende, mas mostra resiliência; confira opiniões de analistas

Americanas teve 3T22, na avaliação da XP. Foto: Divulgação

Americanas. Foto: Divulgação

Americanas (AMER3) registrou lucro líquido no quarto trimestre de 2021 de R$ 489,7 milhões, alta de 20,5% ante o mesmo intervalo em 2020, anunciou a companhia na noite de quinta-feira (24).

No Ibovespa hoje (25), as ações da Americanas fecharam em alta de 0,99%, cotadas a R$ 30,50. Confira a seguir o comentário das instituições financeiras sobre o resultado.

De acordo com a XP Investimentos, a Americanas apresentou resultados positivo, em linha com as estimativas, especialmente em relação aos dados operacionais — “mas com um lucro acima com o efeito positivo não recorrente na linha de imposto”. Os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt afirmam que o principal destaque do balanço foi o crescimento de receita, que apontou resiliência das lojas físicas e crescimento robusto no ambiente de e-commerce.

“Porém,  resultado do 4T21 mostrou uma margem Ebitda pressionada principalmente pela maior participação do online”, completaram.

O relatório afirma que o crescimento de 28% do GMV Total (volume bruto de mercadorias) no ano a ano foi puxado pelo e-commerce (em +36%) e lojas físicas (+11%). O maior suporte veio dos produtos de ticket médio mais baixo, que foram mais fortes com o cenário macroeconômico desafiador.

A XP ressalta que a Americanas deu indicativos positivos para o 1T22, com crescimento de 40% na comparação anual do e-commerce em janeiro, além da perspectiva de avanço na combinação operacional de negócios. Isso ocorrerá com a conclusão de integração de estoques, logística, dados e comunicação inclusos, “contribuindo para a melhoria do nível de serviço (entregas rápidas representaram 24% do total, vs. 15% no 3T21)”.

Outro destaque do balanço do quarto trimestre de 2021 da Americanas é a agenda ESG, que segue avançando. Conforme a XP, os pontos principais foram:

Com isso, a Americanas passou a integrar o Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI), além de ser indicada pela oitava vez ao Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3.

Números de receita consistentes da Americanas

O BTG Pactual (BPAC11) também destaca o GMV Total, no montante de R$ 13,3 bilhões, aumento de 36% ano a ano, em linha com a projeção de R$ 3,5 bilhões na comparação ao 4T20.

Na operação de varejo físico, as vendas em mesmas lojas cresceram 4,1%, pouco abaixo do estimado pelo BTG de 5%. O resultado levou a uma receita líquida de R$ 4,8 bilhões, 11% a mais contra mesmo período de 2020 e ainda 5% acima do esperado pelo banco. O resultado levou um crescimento de 28% do GMV consolidado, em linha com a projeção, enquanto a receita líquida consolidada atingiu R$ 9 bilhões (aumento de 22% a/a da expectativa).

“Embora os resultados não tenham trazido grandes surpresas, vale ressaltar que eles mostraram uma recuperação gradual em relação aos trimestres anteriores e superaram os pares da Americanas no Brasil”, afirmam analistas do BTG.

Depois da recente correção, impactada pelo fluxo de notícias negativas sobre o ataque aos sites da empresa na última semana, há um potencial para reclassificação da ação. O BTG Pactual afirma que a ação está descontada em relação aos pares, mas dependerá da consistência dos próximos trimestres, já que o setor e-commerce está cada vez mais competitivo.

“Na verdade, continuamos cautelosos com o e-commerce brasileiro no curto prazo“, diz o relatório. O debate sobre a inflação e o aumento da taxa de juros, que afeta o custo de capital próprio, traz três preocupações principais, que pesaram sobre as ações de tech do Brasil recentemente:

A recomendação do BTG Pactual sobre a Americanas é de compra, no preço alvo de R$ 45.

BB Investimentos: resultados positivos, mesmo com cenário negativo

O BB Investimentos considera o resultado apresentado pelas Americanas no 4T21 como positivo. “Em um cenário macroeconômico negativo para o consumo, a companhia se destacou da concorrência e apresentou crescimento robusto em todos os seus canais de vendas, vindo com margens em linha com as nossas estimativas, apesar de inferiores na comparação anual”, afirma.

O banco de investimentos reitera a recomendação de compra para a Americanas, ao preço alvo de R$ 75,30 para o final de 2022.

Os papéis da empresa acumulam queda de 9,7% nos últimos 30 dias, mas, observa o BB, os investidores estavam validando a recente estruturação da companhia (com a extinção de LAME3 e LAME4, assim como a holding). Havia ainda o início de captura de sinergias após a combinação entre as lojas físicas e o e-commerce.

Contudo, com o ataque cibernético recente, combinado com maiores riscos inflacionários decorrentes da guerra entre Rússia e Ucrânia, as ações sofreram um impacto negativo. O desempenho dos papéis teve queda de 10,44% na última semana. Porém, dentro do contexto, “acreditamos não haver gatilhos de curto prazo para a valorização dos papéis”, diz o BB.

Os analistas do banco acreditam que há potencial de valorização, concentrado no médio prazo.

“Não podemos descartar que o cenário macroeconômico adverso deve impactar nossas projeções de vendas para os próximos anos, o que será objeto de reexame em nossa próxima revisão de preço da Americanas”.

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