O ano de 2022 foi o ano em que a Americanas (AMER3) distribuiu o maior volume de proventos, com R$ 0,62 pagos por ação ordinária da companhia.
Os dados são do Status Invest, e levam em consideração o único pagamento de proventos da Americanas no ano de 2022 – sendo uma distribuição de Juros sobre Capital Próprio (JCP) feita e meados de março.
Antes disso, a última vez que ocorreu um pagamento de dividendos da Americanas foi em 2011, quando a empresa pagou R$ 0,048 por ação ordinária.
Além disso, conforme levantamento do TradeMap, a varejista desembolsou mais de R$ 2 bilhões para pagar proventos aos acionistas no acumulado dos últimos 10 anos.
Com isso, os dividendos da empresa ficam bem acima de concorrentes – como Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3).
O Magalu, por exemplo, pagou R$ 1,1 bilhão em proventos na mesma janela.
Além disso, foram pagos mais de R$ 700 milhões aos diretores com base em desempenho nos últimos 10 anos.
Considerando a média de 18 diretores por ano (juntando a operação das Lojas Americanas e B2W, antes da unificação), foram R$ 3,9 milhões para cada por ano ou quase R$ 40 milhões por cabeça em uma década.
Foram R$ 448,6 milhões de remuneração na janela entre 2011 e 2020, ao passo que o conselho de administração recebeu R$ 28,8 milhões nesse mesmo período.
Além disso, especificamente entre 2020 e 2021 o valor médio pago a diretores praticamente dobrou, passando de R$ 4,3 milhões, em valor corrigido pelo inflação, para R$ 8,5 milhões.
Já a proposta para 2022 previa uma média de R$ 11,8 milhões em salários, bônus e ações.
Impacto da crise nas ações Americanas
Desde a revelação do rombo de R$ 20 bilhões em inconsistências contáveis, foram mais de 90% de queda nas ações.
O valor de mercado da companhia, baseado na cotação das ações AMER3, é de R$ 1,08 bilhão.
A Americanas encontra-se em recuperação judicial após o desenrolar da crise.